Problema pode não ser alimentação
da
Folha Online
Não é só uma alimentação pobre em fibras que pode levar à prisão de ventre. O dia-a-dia corrido, uso desenecessário e contínuo de laxantes, desatenção em pequenos detalhes como a utilização correta dos músculos envolvidos ou até fatores psicológicos e neurológicos podem causá-la.
Quando o indivíduo sente vontade de evacuar (estímulo retal ou gastrocólico), ele deve atender à necessidade imediatamente _ou tão logo quanto possível. Mas é muito comum que, por uma série de motivos, esse estímulo seja controlado e a vontade passe.
O hábito leva a uma diminuição do reflexo, consequentemente, a uma dificuldade bem maior para a eliminação das fezes. Esta seria uma das explicações para haver mais mulheres do que homens com constipação intestinal: elas são mais receosas quando se trata de usar qualquer banheiro e esperam mais tempo para evacuar.
A postura também é um fator importante. A posição natural para defecar é de cócoras e, para chegar o mais próximo possível dela, é necessário que o indivíduo curve o tronco sobre as pernas quando está sentado no vaso sanitário.
Em crianças, é muito comum quadro de ordem psicogênica para a prisão de ventre que desencadeia a chamada encoprese (grande retenção de fezes).
Segundo a medicina, comer, dormir e evacuar corretamente são as três gratificações que a criança dá aos pais. Inconscientemente, deixar de defecar seria o resultado fisiológico de uma recusa por parte da criança em atender uma das exigências.
Entre outros motivos relacionados estão fissuras anais, hérnia ou hemorróidas _que dificultam o ato de evacuar_ e uso desnecessário de laxantes, o que provoca modificações nas paredes intestinais.
Em alguns casos mais isolados pode ser decorrente também do enfraquecimento da musculatura do períneo (região entre o ânus e os órgãos genitais), que pode ocorrer, por exemplo, com mulheres que deram à luz várias vezes.
(RC)
Fontes: Flávio Steinwurz, vice-presidente do departamento de gastroenterologia da Associação Paulista de Medicina e gastroenterologista dos hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz; Maria Izabel Lamounier de Vasconcelos, nutricionista dos hospitais Albert Heinstein e Oswaldo Cruz; Sender Miszputen, gastroenterologista e professor da Escola Paulista de Medicina
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