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12/05/2003
-
15h56
Editor de entretenimento da Folha Online
No mundo Matrix, nada do que se vive é real. A discussão da "filosofia" volta à tona na sequência do thriller que revolucionou o cinema em 1999, "Matrix Reloaded", que chega nos EUA na próxima quinta-feira (e dia 23 no Brasil), com inovação em cenas de luta que, mais uma vez, confundem o espectador no limiar do real e do virtual.
Quem garante é o designer Eduardo Gurman, 29, brasileiro que fez parte da equipe de animação contratada para concluir a trilogia "The Matrix" entre 2000 e 2001, em Los Angeles. "Você tem uma parte real das cenas e outra parte feita inteiramente no computador. Atingiram algo a ponto de não precisar mais de ator, podendo criar um filme inteiro no computador", afirmou.
É o que todos os fãs esperam: inovação. "Vi cenas prontas de animação de luta e testes de cenas. De novo, eles conseguiram revolucionar", disse Gurman, que, depois do trabalho, voltou para o Brasil e abriu uma produtora.
A cena mais impressionante, auge da computação gráfica no cinema, é a luta de Neo (Keanu Reeves) com cem multiplicados agentes Smith (Hugo Weaving). Neo se segura em uma espécie de bastão para lutar. "Nada daquilo é real. Nem ele, nem a roupa, nem o chão..."
A cena da luta com os clones de Smith foi gravada com, no máximo, 25 pessoas no set.
Técnica
A técnica utilizada é a "motion capture", a mesma que cria personagens como Gollum, de "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres", usada também em "Homem-Aranha". "Até então, só tinham feito a captura com 'motion capture' para duas pessoas", afirmou o designer. Agora, isso tudo foi multiplicado.
Segundo ele, a câmera funciona como um scanner e captura em alta resolução a superfície facial, os poros, os pelos e os formatos do rosto e do corpo de cada ator. Todos foram scaneados, como se tivessem feito uma foto 3 x 4.
Na hora de capturar os movimentos, são colocadas marcas (do mesmo tipo de luz de trilha, que brilham quando recebem luz) no corpo dos atores, representando suas articulações. Conforme os atores se mexem, os movimentos são capturados no computador. Cada pessoa recebe até 46 marcas em seu corpo.
Depois disso, um software desenvolvido pela empresa Motion Analysis (chamado "Eva") começa a dar vida aos esqueletos em movimento. Entra o rosto, o corpo e faz o que se chama texturização da cena, colocando cabelos, tecidos e todo tipo de material utilizado no figurino e no cenário.
De acordo com Gurman, o software cria também a iluminação da cena e, por último, a animação da câmera, que parece se multiplicar para pegar vários ângulos da mesma cena. "Eles queriam atingir o mesmo efeito do primeiro filme, mas não com duas pessoas, mas com 20 ou mais. No meio da luta, pára tudo e a câmera voa entre as pessoas", disse o designer brasileiro.
A "motion capture" é uma técnica adaptada da medicina, utilizada na década de 70 para reconstruir as articulações de pacientes mutilados ou deficientes físicos. Em 85, foi apresentada na Fisgraf, em Las Vegas, a maior feira do setor de animação gráfica do mundo, e tem ganho mais e mais tecnologia.
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"Matrix Reloaded" constrói cenas de luta completamente virtuais
MARCELO BARTOLOMEIEditor de entretenimento da Folha Online
No mundo Matrix, nada do que se vive é real. A discussão da "filosofia" volta à tona na sequência do thriller que revolucionou o cinema em 1999, "Matrix Reloaded", que chega nos EUA na próxima quinta-feira (e dia 23 no Brasil), com inovação em cenas de luta que, mais uma vez, confundem o espectador no limiar do real e do virtual.
Quem garante é o designer Eduardo Gurman, 29, brasileiro que fez parte da equipe de animação contratada para concluir a trilogia "The Matrix" entre 2000 e 2001, em Los Angeles. "Você tem uma parte real das cenas e outra parte feita inteiramente no computador. Atingiram algo a ponto de não precisar mais de ator, podendo criar um filme inteiro no computador", afirmou.
Divulgação |
A cena de luta com Smiths; veja mais fotos do filme |
A cena mais impressionante, auge da computação gráfica no cinema, é a luta de Neo (Keanu Reeves) com cem multiplicados agentes Smith (Hugo Weaving). Neo se segura em uma espécie de bastão para lutar. "Nada daquilo é real. Nem ele, nem a roupa, nem o chão..."
A cena da luta com os clones de Smith foi gravada com, no máximo, 25 pessoas no set.
Técnica
A técnica utilizada é a "motion capture", a mesma que cria personagens como Gollum, de "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres", usada também em "Homem-Aranha". "Até então, só tinham feito a captura com 'motion capture' para duas pessoas", afirmou o designer. Agora, isso tudo foi multiplicado.
Segundo ele, a câmera funciona como um scanner e captura em alta resolução a superfície facial, os poros, os pelos e os formatos do rosto e do corpo de cada ator. Todos foram scaneados, como se tivessem feito uma foto 3 x 4.
Na hora de capturar os movimentos, são colocadas marcas (do mesmo tipo de luz de trilha, que brilham quando recebem luz) no corpo dos atores, representando suas articulações. Conforme os atores se mexem, os movimentos são capturados no computador. Cada pessoa recebe até 46 marcas em seu corpo.
Depois disso, um software desenvolvido pela empresa Motion Analysis (chamado "Eva") começa a dar vida aos esqueletos em movimento. Entra o rosto, o corpo e faz o que se chama texturização da cena, colocando cabelos, tecidos e todo tipo de material utilizado no figurino e no cenário.
De acordo com Gurman, o software cria também a iluminação da cena e, por último, a animação da câmera, que parece se multiplicar para pegar vários ângulos da mesma cena. "Eles queriam atingir o mesmo efeito do primeiro filme, mas não com duas pessoas, mas com 20 ou mais. No meio da luta, pára tudo e a câmera voa entre as pessoas", disse o designer brasileiro.
A "motion capture" é uma técnica adaptada da medicina, utilizada na década de 70 para reconstruir as articulações de pacientes mutilados ou deficientes físicos. Em 85, foi apresentada na Fisgraf, em Las Vegas, a maior feira do setor de animação gráfica do mundo, e tem ganho mais e mais tecnologia.
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