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18/07/2009 - 04h48

Por temer represália Zelaya não revelará quando volta a Honduras

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da Folha Online

Durante esta sexta-feira (17), o presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya não quis revelar a data e a forma como pretende voltar ao país para evitar que o governo de Roberto Micheletti --no poder desde o golpe de 28 de junho-- tente algo contra seu retorno.

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"Estes mecanismos de meu retorno não podem ser ditos a estes criminosos. E estão assassinando jovens e batendo em crianças, as conquistas sociais foram prejudicadas e tenho certeza de que estão dispostos a me fazer o dano que for necessário", disse Zelaya em coletiva de imprensa na embaixada hondurenha em Manágua.

Ele afirmou que tem o direito de buscar a forma de voltar a Honduras e de fazer o que achar necessário para isso. "Ninguém pode me tirar do meu país nem como cidadão e menos como presidente eleito do povo".

O líder deposto esclareceu que, por enquanto, respeita a mediação que segue neste sábado em sua segunda rodada na Costa Rica para buscar uma solução ao conflito em Honduras.

Zelaya denunciou que os militares de Honduras estão violando uma série de garantias constitucionais e, com isso, estão autorizando a sociedade a se revoltar e escolher o caminho da insurreição e da volta das guerrilhas que estiveram na clandestinidade anteriormente, brigando contra as ditaduras.

Zelaya reiterou que lutará para voltar ao país, "porque frente à liberdade também está o sacrifício".

Protestos

Em Tegucigalpa, os simpatizantes do presidente deposto deram continuidade nesta sexta-feira ao movimento de protesto em Honduras, onde as autoridades já estão pressionadas pela comunidade internacional.

Milhares de manifestantes decidiram manter o bloqueio das estradas no país, principalmente nas que passam pela capital, para exigir a volta do dirigente expulso do país por militares.

"Não desistam, ou Honduras vai desmoronar", clamou o porta-voz do Bloco Popular, Juan Barahona.

Golpe

Micheletti foi designado para a Presidência pelo Congresso Nacional, após o a derrubada de Zelaya pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do Parlamento, em 28 de junho passado. Desde então, seu governo, que não foi reconhecido por nenhum país, sofre com a rejeição internacional, e se apoia em uma aparente coesão entre os poderes no país para manter-se no poder até o início do próximo ano, quando deve assumir o presidente eleito nas eleições previstas para novembro.

Zelaya foi deposto na madrugada do dia em que pretendia realizar a votação sobre mudanças constitucionais que, segundo os opositores, tinha como objetivo eliminar a proibição à reeleição. O presidente deposto nega essa intenção, descartando ter sido enquadrado de forma adequada à pena de perda de mandato prevista na Constituição hondurenha para quem tentar remover essa barreira.

Embora rejeite o retorno de Zelaya, o governo interino negocia com o presidente deposto em reuniões mediadas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Árias.

A continuidade desses encontros foi confirmada nesta quarta-feira, depois de ter sido colocada em dúvida um dia antes por Zelaya. Segundo o governo costarriquenho, delegações representando Zelaya e o presidente interino participarão da segunda reunião de negociação neste sábado, em busca de uma solução para a crise política. a primeira reunião acabou sem avanços representativos e nem ao menos um encontro entre Zelaya e Micheletti.

Com agências internacionais

 

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