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16/08/2003
-
05h48
Morreu hoje o ex-ditador ugandense Idi Amin Dada, considerado um dos dirigentes mais sanguinários da história da África, aos 78 anos, no hospital do rei Faysal em Jeddah, na Arábia Saudita, anunciou John Nagenda, assessor de imprensa do atual presidente de Uganda, Yoweri Museveni
"Amin pagou por seus pecados", afirmou Nagenda.
Um membro da família do ex-ditador também confirmou em uma ligação sua morte, depois de passar semanas na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Amin Dada dirigiu durante oito anos (1971-79) um regime brutal, que deixou um país arruinado e centenas de milhares de pessoas assassinadas.
Apelidado de "Bug Daddy", ganhou a reputação de ser uma pessoa perigosa e imprevisível, que extraiu das humilhações de sua infância a justificação de seu temperamento megalômano, vingativo e violento.
Ordenou assassinatos em massa e aprisionou os opositores. Dizimou as tribos hostis e instaurou pelotões de execução. Estima-se que entre 100 mil e 300 mil ugandenses tenham sido torturados e mortos durante o regime do ex-ditador, que costumava jogar os corpos no rio Nilo. Dezenas de milhares de refugiados fugiram do país.
Enterro
A possibilidade de Amin Dada ser enterrado em Uganda está sendo avaliada por um comitê especial, segundo uma fonte médica oficial, que pediu anonimato.
O comitê está em contato com autoridades do hospital do rei Faysal.
O ex-ditador vivia exilado na Arábia Saudita há mais de duas décadas. Quando seu estado de saúde revelou-se muito grave, em julho deste ano, uma de suas quatro mulheres pediu que pudesse voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, dizendo que se retornasse ao país seria julgado por seus "atrocidades".
"Deve passar seus últimos anos em uma prisão, em vez de viver em um exílio confortável na Arábia Saudita", declarou no dia 21 de julho a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
Reed Brody, diretor de investigações especiais da organização, que tem sede em Nova York, lamentou que Amin morresse "sem enfrentar a Justiça".
"Amin foi um dos tiranos mais sanguinários. E apesar de se tornar cada vez maior a possibilidade de julgar ditadores fora de seus países, lamentavelmente não foi possível no caso de Amin", afirmou.
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Morre o ex-ditador ugandense Idi Amin Dada
da France Presse, em Campala (Uganda)Morreu hoje o ex-ditador ugandense Idi Amin Dada, considerado um dos dirigentes mais sanguinários da história da África, aos 78 anos, no hospital do rei Faysal em Jeddah, na Arábia Saudita, anunciou John Nagenda, assessor de imprensa do atual presidente de Uganda, Yoweri Museveni
"Amin pagou por seus pecados", afirmou Nagenda.
Arquivo Reuters |
Idi Amin Dada, ex-ditador de Uganda |
Amin Dada dirigiu durante oito anos (1971-79) um regime brutal, que deixou um país arruinado e centenas de milhares de pessoas assassinadas.
Apelidado de "Bug Daddy", ganhou a reputação de ser uma pessoa perigosa e imprevisível, que extraiu das humilhações de sua infância a justificação de seu temperamento megalômano, vingativo e violento.
Ordenou assassinatos em massa e aprisionou os opositores. Dizimou as tribos hostis e instaurou pelotões de execução. Estima-se que entre 100 mil e 300 mil ugandenses tenham sido torturados e mortos durante o regime do ex-ditador, que costumava jogar os corpos no rio Nilo. Dezenas de milhares de refugiados fugiram do país.
Enterro
A possibilidade de Amin Dada ser enterrado em Uganda está sendo avaliada por um comitê especial, segundo uma fonte médica oficial, que pediu anonimato.
O comitê está em contato com autoridades do hospital do rei Faysal.
O ex-ditador vivia exilado na Arábia Saudita há mais de duas décadas. Quando seu estado de saúde revelou-se muito grave, em julho deste ano, uma de suas quatro mulheres pediu que pudesse voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, dizendo que se retornasse ao país seria julgado por seus "atrocidades".
"Deve passar seus últimos anos em uma prisão, em vez de viver em um exílio confortável na Arábia Saudita", declarou no dia 21 de julho a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
Reed Brody, diretor de investigações especiais da organização, que tem sede em Nova York, lamentou que Amin morresse "sem enfrentar a Justiça".
"Amin foi um dos tiranos mais sanguinários. E apesar de se tornar cada vez maior a possibilidade de julgar ditadores fora de seus países, lamentavelmente não foi possível no caso de Amin", afirmou.
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