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30/06/2003
-
04h33
Enviado especial da Folha de S.Paulo à Ligúria
A Gênova que será capital européia da cultura em 2004 é a mesma metrópole agiornada que reurbanizou a zona portuária com projeto do arquiteto Renzo Piano, a partir de 1992, nas comemorações dos 500 anos da viagem de Colombo à América.
A reforma revitalizou o entorno do porto da quinta maior cidade italiana, onde vivem 800 mil pessoas, e edificou um dos mais vistosos aquários da Europa, afastando, de quebra, a decadência e a delinquência.
Também restaurou de igrejas a prédios públicos, dotando antigos armazéns de infra-estrutura turística, implantando melhoramentos como píer para barcos de passeio, pavilhão para dançar e elevador panorâmico.
Maior porto da Itália, local por onde passaram os imigrantes italianos que foram "fazer a América" no século 19, Gênova se projetou já no século 12, vencendo os piratas sarracenos que agiam na costa da Ligúria.
Mas a cidade, onde nesta época do ano os termômetros registram temperaturas acima de 20C, moldou sua identidade ao se tornar uma república independente, alcunhada "La Superba" (A Soberba), controlando o comércio em locais como Argélia e Síria.
Nessa época, quando os mercadores locais fizeram fama e fortuna atuando seja em Bizâncio (hoje Istambul) ou em Bruges (na atual Bélgica), Gênova rivalizou até com Veneza, então chamada de "La Serenissima", com quem guerreou entre 1378 e 1381, levando, aliás, a pior.
Cristóvão Colombo, o navegador que sem saber descobriu a América há cinco séculos, em 1492, a soldo dos reis da Espanha, deve ter nascido lá, numa casa localizada na Porta Soprana, antigo portão leste da cidade, na piazza Dante -o que ratifica a vocação marítima dos genoveses.
Embora fique bem no meio da Riviera Italiana, entre San Remo e Viareggio, Gênova é agitada, sede de indústrias e dona de um comércio algo feérico.
Fica encravada entre os montes Apeninos e a costa da Ligúria, tendo a leste a Riviera di Levante (onde fica o balneário de Portofino) e a oeste a Riviera de Ponente (com destaque para San Remo), ocupando uma área que, diante do mar, se estende por 34 km.
Porto antigo
Quem sobe pelos becos que convergem até o porto em direção à piazza de Ferrari (marcada por uma fonte circular de 1936) logo topa com uma catedral do século 13 consagrada a são Lourenço, também chamada de Duomo.
Atrás da fachada monumental e algo espartana, ornamentada por listas de mármore cinza e rosado, San Lorenzo esconde a capela dedicada a são João Batista, padroeiro da cidade.
Deixando os becos que levam ao porto para trás, já no alto, passando pela piazza de Ferrari, chega-se ao palazzo Ducale, antiga casa dos doges genoveses, que funciona como centro cultural, abrigando pátios internos emoldurados por arcadas.
A partir dali, a cidade, cujo site oficial é www.apt.genova.it, realmente ganha ares de metrópole na via 20 Settembre, onde as lojas ficam encravadas sob galerias que, no inverno, protegem o pedestre do vento "libeccio" (pronuncia-se libétchio), que gela becos e avenidas no final do ano.
Na via Garibaldi, os palácios foram erguidos pelas famílias que controlaram a cidade, como os Doria, os Grimaldi, os Spinola e os Di Negro, empreitando obras de pintores flamengos, como Pedro Paulo Rubens e Anthony van Dyck, e italianos, como Alessandro Magnasco e Bernardo Strozzi.
Outra obra de arte genovesa não é feita de mármore nem de tinta a óleo.
Rivalizando com os pescados, as massas com molho pesto, feito de manjericão, queijo pecorino (de cabra) e pinólis, são especialidade regional.
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SILVIO CIOFFIEnviado especial da Folha de S.Paulo à Ligúria
A Gênova que será capital européia da cultura em 2004 é a mesma metrópole agiornada que reurbanizou a zona portuária com projeto do arquiteto Renzo Piano, a partir de 1992, nas comemorações dos 500 anos da viagem de Colombo à América.
Silvio Cioffi/Folha Imagem |
San Lorenzo, com sua fachada listrada, foi construída entre 1098 e 1118, restaurada no séc.13 e ampliada em meados do séc.15 |
A reforma revitalizou o entorno do porto da quinta maior cidade italiana, onde vivem 800 mil pessoas, e edificou um dos mais vistosos aquários da Europa, afastando, de quebra, a decadência e a delinquência.
Também restaurou de igrejas a prédios públicos, dotando antigos armazéns de infra-estrutura turística, implantando melhoramentos como píer para barcos de passeio, pavilhão para dançar e elevador panorâmico.
Maior porto da Itália, local por onde passaram os imigrantes italianos que foram "fazer a América" no século 19, Gênova se projetou já no século 12, vencendo os piratas sarracenos que agiam na costa da Ligúria.
Mas a cidade, onde nesta época do ano os termômetros registram temperaturas acima de 20C, moldou sua identidade ao se tornar uma república independente, alcunhada "La Superba" (A Soberba), controlando o comércio em locais como Argélia e Síria.
Nessa época, quando os mercadores locais fizeram fama e fortuna atuando seja em Bizâncio (hoje Istambul) ou em Bruges (na atual Bélgica), Gênova rivalizou até com Veneza, então chamada de "La Serenissima", com quem guerreou entre 1378 e 1381, levando, aliás, a pior.
Cristóvão Colombo, o navegador que sem saber descobriu a América há cinco séculos, em 1492, a soldo dos reis da Espanha, deve ter nascido lá, numa casa localizada na Porta Soprana, antigo portão leste da cidade, na piazza Dante -o que ratifica a vocação marítima dos genoveses.
Embora fique bem no meio da Riviera Italiana, entre San Remo e Viareggio, Gênova é agitada, sede de indústrias e dona de um comércio algo feérico.
Fica encravada entre os montes Apeninos e a costa da Ligúria, tendo a leste a Riviera di Levante (onde fica o balneário de Portofino) e a oeste a Riviera de Ponente (com destaque para San Remo), ocupando uma área que, diante do mar, se estende por 34 km.
Porto antigo
Quem sobe pelos becos que convergem até o porto em direção à piazza de Ferrari (marcada por uma fonte circular de 1936) logo topa com uma catedral do século 13 consagrada a são Lourenço, também chamada de Duomo.
Atrás da fachada monumental e algo espartana, ornamentada por listas de mármore cinza e rosado, San Lorenzo esconde a capela dedicada a são João Batista, padroeiro da cidade.
Deixando os becos que levam ao porto para trás, já no alto, passando pela piazza de Ferrari, chega-se ao palazzo Ducale, antiga casa dos doges genoveses, que funciona como centro cultural, abrigando pátios internos emoldurados por arcadas.
A partir dali, a cidade, cujo site oficial é www.apt.genova.it, realmente ganha ares de metrópole na via 20 Settembre, onde as lojas ficam encravadas sob galerias que, no inverno, protegem o pedestre do vento "libeccio" (pronuncia-se libétchio), que gela becos e avenidas no final do ano.
Na via Garibaldi, os palácios foram erguidos pelas famílias que controlaram a cidade, como os Doria, os Grimaldi, os Spinola e os Di Negro, empreitando obras de pintores flamengos, como Pedro Paulo Rubens e Anthony van Dyck, e italianos, como Alessandro Magnasco e Bernardo Strozzi.
Outra obra de arte genovesa não é feita de mármore nem de tinta a óleo.
Rivalizando com os pescados, as massas com molho pesto, feito de manjericão, queijo pecorino (de cabra) e pinólis, são especialidade regional.
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