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17/05/2004
-
05h00
enviado especial da Folha de S.Paulo a Curitiba
Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.
Dos turistas que chegam à cidade, 48,4% viajam a trabalho ou em busca de eventos. Apenas 16,6%, de acordo com os dados oficiais de 2003, aportam a princípio visando ao lazer. Os restantes procuram, na ordem, amigos, parentes e tratamentos de saúde.
Poderia ser outra a distribuição das porcentagens de motivos. A capital do Paraná, com uma população de 1,5 milhão de moradores e de 1,6 milhão de visitantes no ano passado, também interessa àqueles que não querem saber de simpósios, congressos, do aconchego familiar ou de hospitais.
A sugestão para compreender o lugar encontra síntese no museu Oscar Niemeyer, inaugurado dois anos atrás com o nome de NovoMuseu e apelidado pelos habitantes de "olho" em virtude de sua forma ocular: Curitiba é para ser vista, contemplada.
Uma das capitais brasileiras com a melhor qualidade de vida, a cidade contornou a escassez de belezas naturais e modelou, sobretudo nos anos 1990, seus cartões-postais. Retinas fatigadas ali encontram, em bosques e parques, muito verde para mirar.
Outro mimo ao olhar, já tornado lugar-comum, é a limpeza das ruas curitibanas. É raro, quase impossível, ver um papelzinho de bala ou uma bituca de cigarro abandonados nas vias públicas percorridas pela Folha, uma provável mescla de consciência da população com um sistema eficiente de coleta de lixo. Quem sai de São Paulo, por exemplo, se espanta na chegada ao destino e no retorno ao ponto de partida.
Não que Curitiba esteja livre dos problemas compartilhados pelas grandes cidades brasileiras. Congestionamentos, apesar do propalado sistema de transporte coletivo moderno, são sentidos aqui e ali. Há pichações nos prédios, moradores de rua e algumas construções antigas degradadas.
Passear pela histórica região central, todavia, pode ser uma experiência proveitosa.
Nas cercanias do centro, aglutina-se boa parte dos programas culturais e da vida noturna --esta, no bairro do Batel. Em 2003, Curitiba foi eleita uma das capitais americanas da cultura pela Unesco. A programação artística é um dos chamarizes turísticos locais, potencializada por eventos especializados de grande porte.
Certas épocas do ano são mais propícias para gostos distintos. Aos que preferem os espetáculos teatrais é recomendado o mês de março, quando ocorre, desde 1992, o Festival de Teatro, o maior do Brasil. Os 11 dias de folia dionisíaca, em que foram encenadas neste ano 156 peças, equivalem ao Carnaval que a cidade não tem.
No calendário cultural, estão também o Festival de Cinema, Vídeo e DCine, cuja edição deste ano começa na próxima sexta (dia 21) e vai até a outra quarta (dia 26), e o Curitiba Pop Festival, estabelecido em maio e que, em sua segunda edição, trouxe a banda norte-americana Pixies ao Brasil duas semanas atrás.
Irmã das outras artes, a gastronomia se consubstancia no bairro italiano de Santa Felicidade, que deve receber nos próximos meses um programa de incremento ao turismo. O primeiro hotel da região, a 7 km do centro, tem inauguração prevista para agosto.
Mas, apesar das opções aos interessados tão-somente em diversão "ociosa", o pendor para os negócios parece não diminuir. Um centro de convenções foi inaugurado no dia 30 de março.
Pedro Ivo Dubra viajou a convite do Festival de Teatro de Curitiba.
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Curitiba: Terra do turismo "prático" serve ao lazer
PEDRO IVO DUBRAenviado especial da Folha de S.Paulo a Curitiba
Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.
Dos turistas que chegam à cidade, 48,4% viajam a trabalho ou em busca de eventos. Apenas 16,6%, de acordo com os dados oficiais de 2003, aportam a princípio visando ao lazer. Os restantes procuram, na ordem, amigos, parentes e tratamentos de saúde.
Divulgação |
Vista do painel da travessa Nestor de Castro, em Curitiba |
Poderia ser outra a distribuição das porcentagens de motivos. A capital do Paraná, com uma população de 1,5 milhão de moradores e de 1,6 milhão de visitantes no ano passado, também interessa àqueles que não querem saber de simpósios, congressos, do aconchego familiar ou de hospitais.
A sugestão para compreender o lugar encontra síntese no museu Oscar Niemeyer, inaugurado dois anos atrás com o nome de NovoMuseu e apelidado pelos habitantes de "olho" em virtude de sua forma ocular: Curitiba é para ser vista, contemplada.
Uma das capitais brasileiras com a melhor qualidade de vida, a cidade contornou a escassez de belezas naturais e modelou, sobretudo nos anos 1990, seus cartões-postais. Retinas fatigadas ali encontram, em bosques e parques, muito verde para mirar.
Outro mimo ao olhar, já tornado lugar-comum, é a limpeza das ruas curitibanas. É raro, quase impossível, ver um papelzinho de bala ou uma bituca de cigarro abandonados nas vias públicas percorridas pela Folha, uma provável mescla de consciência da população com um sistema eficiente de coleta de lixo. Quem sai de São Paulo, por exemplo, se espanta na chegada ao destino e no retorno ao ponto de partida.
Não que Curitiba esteja livre dos problemas compartilhados pelas grandes cidades brasileiras. Congestionamentos, apesar do propalado sistema de transporte coletivo moderno, são sentidos aqui e ali. Há pichações nos prédios, moradores de rua e algumas construções antigas degradadas.
Passear pela histórica região central, todavia, pode ser uma experiência proveitosa.
Nas cercanias do centro, aglutina-se boa parte dos programas culturais e da vida noturna --esta, no bairro do Batel. Em 2003, Curitiba foi eleita uma das capitais americanas da cultura pela Unesco. A programação artística é um dos chamarizes turísticos locais, potencializada por eventos especializados de grande porte.
Certas épocas do ano são mais propícias para gostos distintos. Aos que preferem os espetáculos teatrais é recomendado o mês de março, quando ocorre, desde 1992, o Festival de Teatro, o maior do Brasil. Os 11 dias de folia dionisíaca, em que foram encenadas neste ano 156 peças, equivalem ao Carnaval que a cidade não tem.
No calendário cultural, estão também o Festival de Cinema, Vídeo e DCine, cuja edição deste ano começa na próxima sexta (dia 21) e vai até a outra quarta (dia 26), e o Curitiba Pop Festival, estabelecido em maio e que, em sua segunda edição, trouxe a banda norte-americana Pixies ao Brasil duas semanas atrás.
Irmã das outras artes, a gastronomia se consubstancia no bairro italiano de Santa Felicidade, que deve receber nos próximos meses um programa de incremento ao turismo. O primeiro hotel da região, a 7 km do centro, tem inauguração prevista para agosto.
Mas, apesar das opções aos interessados tão-somente em diversão "ociosa", o pendor para os negócios parece não diminuir. Um centro de convenções foi inaugurado no dia 30 de março.
Pedro Ivo Dubra viajou a convite do Festival de Teatro de Curitiba.
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