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Veja recomendações do uso de máscara para crianças e adolescentes

Utilização da peça é recomendada a partir dos 2 anos de idade

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São Paulo

Não são só os adultos que tiveram que se adaptar à máscara de proteção como um novo item de uso cotidiano: pediatras recomendam que a peça seja usada a partir dos dois anos de idade.

Se o item pode gerar incômodos físicos para a população em geral, a adaptação para os pequenos pode ser ainda mais sofrida. O uso de máscaras pode causar medo e a comunicação do tipo de incômodo que ela gera no rosto não é simples para faixas etárias pré-escolares.

"É um item que não fazia parte do nosso vestuário e a gente está tendo que se acostumar com ele, a criança, ainda mais. É muito difícil para a ela entender a dimensão da pandemia e entender a importância de usar a máscara", diz a infectologista do Graacc, hospital especializado no atendimento a crianças com câncer, Fabianne Carlesse.

Criança corre atrás de marrecos em parque de Buenos Aires, após oito semanas sem poder sair de casa
Criança corre atrás de marrecos em parque de Buenos Aires, após oito semanas sem poder sair de casa - Alejandro Pagni -16.mai.2020/AFP

Há estratégias simples para atravessar o período de adaptação e ajudar as crianças e adolescentes a adotarem o uso da máscara.

A primeira delas, segundo a infectologista, é partir do princípio de que a criança entende pelo exemplo. Ou seja: é importante que o responsável maior de idade use o item quando for sair e justifique o uso.

Alda Elizabeth Azevedo, presidente do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), sugere que os responsáveis comecem a usar as máscaras ainda dentro de casa para mostrar que o item não precisa gerar medo —uma estratégia é mostrar, por exemplo, que por trás da máscara os pais ainda sorriem.

A SBP publicou um guia extenso com orientações para pais e responsáveis sobre o uso adequado de máscaras por crianças e adolescentes.

A publicação, que pode ser acessada aqui, sugere que os pais coloquem a máscara nas crianças sempre com as mãos limpas, higienizadas e a retire pelas alças laterais ou laço posterior.

Além disso, o tamanho deve ser ajustado de acordo com o tamanho do rosto.

A instituição também apresenta indicações divididas por faixa etária. Menores de dois anos não devem usar máscaras, já que "a salivação intensa, as vias aéreas de pequeno calibre e a imaturidade motora elevam o risco de sufocação".

Entre os dois e cinco anos, a criança pode se sentir incomodada com o item e a supervisão dos pais é importante. A recomendação se mantém para os que têm entre seis e dez anos, mas nessa faixa de idade já é possível auxiliar no processo de uso, sempre com supervisão de um responsável.

Aos 12 anos, explica o guia, ela já é capaz de entender as instruções de uso, retirada, higienização e descarte de máscaras.

Segundo Azevedo, as crianças que apresentam mais dificuldade de adaptação são as que têm até seis anos. A partir dos sete, o hábito é adquirido com mais facilidade.

"Durante as saídas de casa, é importante que os responsáveis expliquem, de acordo com a capacidade de entendimento de cada faixa etária, que não se pode retirar a máscara até voltar e que também não se pode encostar na proteção durante esse período", diz Azevedo.

Fabianne Carlesse lembra que atividades lúdicas também podem ser aliadas do processo de adaptação. "É possível escolher um tecido divertido para usar a imaginação, criar um super-herói", exemplifica.

Outro ponto importante é que as máscaras dificultam o entendimento das crianças, para quem a linguagem corporal e a expressão facial são importantes, e outras dinâmicas podem ser adotadas para facilitar a compreensão do que está sendo dito pelos responsáveis.

Abusar no tom de voz, usando uma conotação mais carinhosa ou mais firme que o usual, ajuda nesse processo. Se colocar na altura da criança e olhar nos olhos para falar também é uma estratégia para reforçar as mensagens, ressalta a infectologista.

"O ideal também é trocar a máscara a cada duas ou quatro horas. Quando você fica falando, o cheiro de gás carbônico que acumula pode ser desconfortável", explica Carlesse.

Entre as recomendações gerais de uso de máscara da Sociedade Brasileira de Pediatria, além da higienização das peças e do distanciamento social de dois metros entre as pessoas, a instituição sugere ensinar as crianças a tossir e espirrar em lenço de papel, braço ou cotovelo (e evitar as mãos).​

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