Crise da água
Chuvas não ajudam a recuperar o Cantareira
Nível do sistema, após a contabilização de novo volume morto, cai a 13,2%
Temperatura vai subir e pancadas de chuvas devem ser insuficientes, no curto prazo, para recuperar as represas
O fim de semana chuvoso não foi suficiente para ajudar a recuperação do sistema Cantareira, que vive a pior crise de sua história.
Pelo contrário: o nível do sistema caiu 0,4 ponto percentual no sábado e no domingo, indo a 13,2%, segundo dados da Sabesp.
Isso ocorreu porque as chuvas não aconteceram em volume suficiente nos locais mais críticos, sobre os principais reservatórios.
Outro problema é fato de o solo das represas estar muito ressecado, absorvendo boa parte da água da chuva antes de armazená-la --o chamado "efeito esponja".
Para os próximos dias, a meteorologia prevê aumento do calor, o que pode impactar ainda mais o sistema.
Podem ocorrer pancadas de chuvas, sobretudo a partir de quarta-feira, mas elas não devem ser suficientes para aplacar a crise.
Na última sexta-feira (24), o índice que mede o nível das represas passou a contabilizar a segunda cota do volume morto --água das represas que, por ficar abaixo do ponto de captação, precisa ser puxada por bombas.
A água desta segunda reserva ainda não está sendo bombeada, mas a empresa decidiu incluí-la na conta, às véspera das eleições.
Quando passou a usar a primeira reserva, em maio, a Sabesp não usou o mesmo artifício --só começou a contabilizá-la quando efetivamente as bombas foram ligadas.
Sem a inclusão dessa segunda cota, o nível do Cantareira estaria em 2,5%, o mais baixo já registrado.