Francis Dov Por (1927-2014)
Impressionava-se com a natureza brasileira
A exuberância da natureza era o que Francis Dov Por mais gostava no Brasil.
De origem romena, o zoólogo impressionava-se com a mata atlântica e o mar da cidade de Cananeia (SP), onde desenvolveu pesquisas sobre a fauna dos mangues.
A filha, Nomi, professora de biologia e fruto do primeiro casamento, compartilhava o fascínio do pai pelo meio ambiente. "Para nós, é como uma loja de chocolates", diz.
Francis nasceu na disputada região da Transilvânia, razão pela qual falava três línguas desde a infância: húngaro, romeno e alemão. Mais tarde, ainda aprendeu outras quatro: francês, inglês, hebraico e português.
Aos 17, mudou-se para Bucareste. Líder da juventude judaica local, ele foi perseguido e preso por três anos pelo regime comunista romeno.
Em 1960, pouco após ser solto, conseguiu realizar seu sonho: morar em Israel, onde iniciou sua carreira acadêmica na Universidade Hebraica de Jerusalém.
Apaixonado pela ciência, dedicou-se ao ensino e à pesquisa em zoologia e teve seu talento reconhecido internacionalmente.
Em 1977, veio ao Brasil como professor visitante da USP. Foi quando conheceu sua segunda esposa, a também cientista Maria Scintila. O casal estabeleceu-se em Israel, mas voltava ao Brasil quase todos os anos.
Quando Francis não estava trabalhando, o que mais gostava de fazer era ouvir música clássica. Com a mulher, adquiriu o gosto pelo cinema.
Morreu no sábado (25), aos 87, devido a problemas de saúde decorrentes da idade. Deixa mulher, filha e três netos.