Em SP, motoristas de ônibus prometem parar das 10h às 12h
Protesto em toda a capital paulista é contra ataques a coletivos; condutor morreu após incêndio em outubro
Duração do ato foi reduzida de quatro para duas horas após apelo; Metrô e CPTM podem ter reforço de trens
Motoristas e cobradores de ônibus prometem fazer uma paralisação de duas horas nesta quarta (5) em toda a capital paulista como forma de protesto contra a violência.
O ato é motivado pelo aumento dos ataques a ônibus --alvo de incêndios pela cidade desde 2013. O estopim foi a morte do motorista John Brandão, 40, em 22 de outubro, após ter 70% do corpo queimado em um ataque.
A paralisação está marcada para começar às 10h e seguir até as 12h, mas seus efeitos podem se estender e afetar a hora de pico da tarde.
O Metrô e a CPTM informaram que irão operar com frota máxima nos horários de pico e que trens reserva poderão ser usados, se necessário, durante a paralisação.
A Secretaria Municipal de Transportes afirma que irá "tomar todas as medidas na tentativa de diminuir transtornos à população". Serão acionados planos de emergência com ônibus reserva e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) fará um "monitoramento intensivo no trânsito em toda a cidade".
Também foi pedido que a Polícia Militar faça um policiamento preventivo nos terminais de ônibus, com apoio da Guarda Civil Metropolitana.
MODA
"O ônibus virou o culpado de tudo. Falta água, toca fogo no ônibus. A polícia troca tiro com bandido, toca fogo no ônibus. Virou moda, o ônibus paga tudo. Os motoristas estão trabalhando com medo. Não vamos esperar mais uma tragédia para reagir", diz José Valdevan, presidente do sindicato de motoristas.
Inicialmente o protesto teria quatro horas de duração, mas foi reduzido, segundo o sindicalista, após apelo da Secretaria da Segurança.
Uma reunião com a pasta no fim da noite decidiu que os trabalhadores integrarão uma comissão criada para tratar dos ataques a ônibus.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta terça (4) que a polícia está empenhada em descobrir e prender rapidamente quem participa dos ataques.
O SP-Urbanuss (sindicato das concessionárias) diz que "apoia a causa", mas "não compactua com a paralisação".