Alckmin nega erro em projeto de monotrilho
Galerias de um córrego terão de ser desviadas; secretário cita custo extra
Governador e secretário dizem que obras não estão paralisadas; entrega de estações foi de 2015 para 2016
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta quinta-feira (4) que não há nenhum erro no projeto do monotrilho da zona leste.
Reportagem da Folha desta quinta revelou que obras das estações da linha estão paralisadas por causa de galerias de um córrego localizadas logo abaixo dos locais destinados às construções.
Por causa disso, o governo paulista teve de fazer um novo projeto, e as galerias de água serão remanejadas.
"A obra está em andamento. Temos oito estações, todas em obras. Devemos ter lá quase 2.000 funcionários", disse o governador em Brasília, onde esteve para assinar convênio com a presidente Dilma.
Ao lado de Alckmin na entrevista, o secretário dos Transportes Metropolitanos de SP, Jurandir Fernandes, disse que o governo estadual já sabia do córrego.
"O projeto básico só tinha detectado que era um córrego, mas não a dimensão disso daí, e aí tomamos a seguinte atitude: não vamos mexer com as estações", afirmou.
Segundo Fernandes, como verificou-se que não era possível prosseguir a obra, o governo decidiu desviar o curso da água.
"Estamos desviando o córrego e voltamos a fazer o corpo da estação onde já estava previsto. Mas hoje você não pode fazer o corpo da estação com o córrego embaixo porque a coluna da estação afetaria o córrego", afirmou.
O secretário não soube dizer qual será o custo extra que a mudança do córrego vai acarretar. "O custo vai [mudar]. Estamos vendo isso e estamos calculando. Provavelmente a gente vai conseguir fazer isso dentro do aditivo da construção das estações."
ADIAMENTO
A última previsão da gestão tucana era entregar as estações no ano que vem --agora devem ficar para 2016.
Hoje, orçada em R$ 6,4 bilhões, a linha funciona em fase de testes apenas no trecho de 3 km entre as estações Vila Prudente e Oratório.
Apenas em São Mateus há colunas para a futura estação, mas a obra está parada. Nas demais, nada foi construído, e os terrenos seguem vazios. Nas áreas visitadas pela reportagem nesta semana, funcionários trabalhavam só nos trilhos ou nos canteiros próximos a colunas.
Engenheiros da obra disseram que as futuras estações de São Lucas, Camilo Haddad e Vila Tolstói foram diretamente afetadas.
O secretário Fernandes, no entanto, afirmou que as obras não estão totalmente paralisadas devido ao desvio.
"As três estações não estão sendo feitas nesse momento porque estamos desviando o córrego. Mas, se você considerar que o desvio do córrego faz parte de toda a obra, ela não está parada", disse.