Governo dá R$ 3 mi para Santa Casa não fechar
Instituição 'precisa de gestão', diz Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta quarta (24) uma ajuda emergencial de R$ 3 milhões para que a Santa Casa paulistana, que passa por uma crise, não feche as portas. O dinheiro é para a compra de itens essenciais como medicamentos, curativos, luvas e seringas.
Na semana que vem, representantes dos governos estadual, municipal e federal devem se reunir para decidir se vão liberar novos recursos.
O anúncio da ajuda foi feito pelo governador e pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, em meio a críticas à gestão da Santa Casa. Outros R$ 3 milhões já haviam sido dados pelo Estado em julho, quando o pronto-socorro ficou fechado por 28 horas.
As verbas vêm após o afastamento do provedor da Santa Casa, Kalil Abdalla, por 90 dias. O vice-provedor, Ruy Altenfelder Silva, assumirá no lugar de Abdalla em janeiro.
"A Santa Casa não é subfinanciada [pelo governo]. O que precisa é de gestão", disse Alckmin. "A Santa Casa vai ter que disponibilizar parte de seu patrimônio para sanar sua dívida", afirmou.
A instituição tem uma dívida de cerca de R$ 820 milhões, segundo o governo. Fazem parte de seu patrimônio 759 imóveis, muitos em áreas nobres da capital paulista.
A Caixa Econômica Federal também deve liberar um empréstimo de R$ 44 milhões para a Santa Casa pagar funcionários e fornecedores.
Segundo o secretário da Saúde, além dos repasses do SUS, vindos do governo federal, a Santa Casa recebeu, de 2009 a dezembro de 2014, cerca de R$ 826,5 milhões do governo de São Paulo. O custo do hospital hoje é de cerca de R$ 30 milhões por mês, valor considerado alto, e terá de ser reduzido para R$ 22 milhões mensais por meio de melhorias na gestão, disse Uip.
Também faz parte do plano para salvar a Santa Casa a transferência de um dos dois hospitais privados que pertencem à instituição, o Santa Isabel 2, para um grupo de saúde suplementar. Uip disse que as negociações estão avançadas, mas não revelou que grupo é esse.
O superintendente da Santa Casa, Irineu Massaia, disse que o hospital mantém os atendimentos de emergência. Já as consultas eletivas continuam sob "contingenciamento" --as equipes priorizam alguns desses atendimentos conforme a urgência.