Monsenhor Augusto Dalvit (1921 - 2014)
Dedicou-se às plantas e ao próximo
Augusto acordava religiosamente às 5h. Assim que abria os olhos, rezava agradecendo mais um dia de vida.
Em seguida, devotava-se a arrumar o quarto cheio de livros e, às 5h30, já estava em atividade. Era nesse horário que gostava de caminhar pelos corredores ainda vazios do Hospital Ernesto Dorneles, onde morava, em Porto Alegre.
Por cerca de 50 anos, teve como função acalentar pacientes próximos da morte e aconselhar seus familiares.
Augusto saiu cedo da casa dos pais, que eram colonos italianos no interior do Rio Grande do Sul, para tornar-se padre.
Em seus estudos, depois de ter passado por capelas e igrejas de Porto Alegre, chegou a passar uma temporada no Vaticano. Ele guardava com saudades a foto em que aparece ajudando o papa João Paulo 2º em uma missa na capela Sistina. Tornou-se então monsenhor (título honorário católico).
Contam os amigos que, certa vez, foi enganado por um homem que lhe pediu R$ 300. Anos depois, sabendo ter sido enganado, reencontrou o homem. Monsenhor Augusto quis apenas saber se seu algoz fizera bom uso do dinheiro. Depois, o sacerdote deu uma bênção ao homem.
O sorriso do monsenhor ficou como exemplo de perdão e compaixão para os amigos.
Além do trabalho de apoio religioso no hospital, dedicava-se ao cultivo de plantas. Se pudesse, teria uma horta inteira no hospital.
Tinha ainda um programa religioso na rádio Aliança, fundada por ele.
Morreu no dia 17, aos 93, de insuficiência cardiorrespiratória, em Porto Alegre.