Protesto contra tarifa tem confronto e depredações
'Black blocs' atiraram pedras e depredaram bancos; PM usou bombas de gás
Polícia deteve seis manifestantes, quatro sob a acusação de portar rojões; três pessoas se feriram
O centro da capital paulista voltou a ter uma noite de confrontos nesta sexta-feira (23) no quarto protesto contra a alta das tarifas de transporte, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL).
Policiais militares utilizaram bombas de gás e balas de borracha para conter "black blocs" (adeptos da destruição de patrimônio público e privado), que atiraram pedras, atingiram agências bancárias e espalharam lixo nas ruas.
A PM diz que reagiu a rojões dos manifestantes --para quem a confusão começou com as bombas da polícia.
Seis pessoas foram detidas, quatro delas portando rojões, segundo a PM. Uma agência do Bradesco e outra do Santander foram depredadas.
O tumulto teve início na frente do Cinema Marrocos, prédio ocupado por sem-teto na rua Conselheiro Crispiniano. Por volta das 20h30, houve uma explosão --a Folha não identificou a origem.
A polícia e os ativistas ligados ao MPL negam terem sido os responsáveis.
Houve correria. Policiais eram alvo de pedras e disparavam bombas de gás.
A Folha viu ao menos três feridos leves --dois manifestantes e o repórter Edgar Maciel, do "O Estado de S.Paulo", atingido por uma bala de borracha na perna.
Funcionários de bares na região baixaram as portas. Pedestres assustados buscaram abrigo dentro de estabelecimentos comerciais.
Uma nuvem de gás lacrimogêneo tomou a avenida São João, fazendo dispersar manifestantes e pessoas que frequentavam a região.
Segundo a PM, a manifestação reuniu 1.200 pessoas --número contestado pelo MPL, que fala em 15 mil.
A estimativa é menor do que a de atos anteriores deste ano, quando a polícia chegou a anunciar 5.000 pessoas --e quando também houve confrontos ou vandalismo durante ou depois do final das manifestações.
A passeata que começou por volta das 18h, no Theatro Municipal, ficou concentrada no centro, incluindo os calçadões. Choveu forte durante a maior parte do ato.
O próximo ato do Movimento Passe Livre está programado para terça-feira (27), no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo.