Santa Casa vai demitir mais de mil funcionários
Informação foi divulgada em assembleia de médicos e dada ao Ministério Público
Sindicato dos médicos informa que 40% das demissões serão de pessoas ligadas ao atendimento de saúde
A Santa Casa de São Paulo vai demitir 1.100 funcionários nos próximos dias. A informação foi divulgada em assembleia dos médicos e em audiência da superintendência da instituição com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo nesta sexta (23).
De acordo com a assessoria do Ministério Público do Trabalho, o superintendente Irineu Massaia disse que as demissões fazem parte do plano de reestruturação para tirar a Santa Casa da crise financeira que ela enfrenta desde o ano passado.
Em julho, a entidade fechou seu pronto-socorro central por 28 horas, pegando pacientes de surpresa.
A reportagem não conseguiu contato com a direção da Santa Casa na sexta. A Folha apurou que o corte de pessoal está em discussão, mas que o número de demissões ainda não foi fechado.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, Massaia informou que a folha de salários representa 65% da receita e que a dispensa trará uma economia de R$ 4 milhões.
Segundo o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), 60% dos demitidos serão da parte administrativa e 40% da assistência à saúde --entre médicos, técnicos e enfermeiros. Com 7.000 empregados, a Santa Casa faz, em média, 4.000 cirurgias e 31 mil consultas por mês.
O sindicato informa que a Santa Casa não apresentou planejamento para as demissões nem informou quais serão os critérios.
O Simesp diz que ainda há problemas graves de funcionamento na instituição, como a falta de insumos e de limpeza adequada.
Não há ameaças de paralisação, segundo o sindicato, e os médicos devem esperar o andamento das negociações na próxima semana.
"O que a Santa Casa diz é que só não confirmou ainda as demissões porque estuda como irá pagar as multas pelas rescisões", diz Eder Gatti, presidente do Simesp.
"Estamos esperando um plano e mais detalhes."
GARANTIAS
Na audiência com o superintendente da Santa Casa, o Ministério Público do Trabalho pediu explicações sobre o atraso no pagamento de salários e do 13º.
Massaia informou que apenas 669 funcionários, em sua maioria médicos e funcionários em cargos de chefia, continuam sem os salários referentes a novembro e sem o 13º pagamento.