Crise da água
Sabesp nega haver decisão sobre rodízio na Grande SP
Segundo a empresa, medida será 'comunicada com antecedência'
Reportagem mostrou a projeção do governo Alckmin de iniciar racionamento de água até meados de abril
A Sabesp, empresa de água e saneamento do governo paulista, informou ontem (29/1) que não há nenhuma decisão sobre a implantação de um rodízio na região da Grande São Paulo.
"[Uma] eventual decisão sobre o tema será comunicada de maneira transparente e com a devida antecedência", diz a nota da empresa.
O texto foi uma resposta à reportagem da Folha que mostrou a projeção do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) de iniciar um racionamento de água até a primeira quinzena de abril, quando termina o período de chuvas na região Sudeste.
Nesse prazo também está previsto o término da segunda cota do volume morto do sistema Cantareira, o principal da Grande SP e que abastece 6,2 milhões de pessoas.
"O jornal Folha de S.Paulo presta um desserviço e desinforma a população ao estipular data para início de um eventual rodízio de água na região metropolitana de São Paulo, com base apenas em especulação", diz a nota.
A reportagem contestada pela empresa se baseou em informações de integrantes do governo e da Sabesp.
Também nesta semana, em entrevista, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, disse que um dos cenários estudados diante da maior crise hídrica no Estado é a implantação de um rodízio com cinco dias da semana sem água e só dois com.
"A matéria do jornal cria pânico desnecessário, além de desmobilizar a população do esforço diário de economizar água --o que tem sido fundamental para superar a crise com o menor impacto possível para todos", completa a nota da empresa paulista.
Segundo Massato, o racionamento de água somente não será adotado caso chova acima da média neste verão (não existe essa previsão), as obras para ampliar a produção de água avancem (a maioria ficará pronta a partir de 2016) e a água poluída da represa Billings fique viável (projeto ainda em estudo).