Foco
Para poupar água, PM dá 'banho de gato' em cavalos
Duchas rápidas, só nas partes "íntimas" e, em alguns casos, com água de reúso. Os cavalos da Polícia Militar de São Paulo agora tomam "banho de gato".
Essa é a maneira da cavalaria da PM enfrentar a maior crise hídrica da história do Estado e se enquadrar na recomendação do governo de economizar ao máximo.
Adotada recentemente pela corporação, a medida tem sido citada como exemplo de economia pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) a membros do governo.
Policiais do Regimento 9 de Julho, no centro da capital, contaram à Folha que a frequência dos banhos nos equinos precisou diminuir.
Eles não estão proibidos de banhar os animais, mas foram orientados a gastar menos água nessa tarefa. Daí a higienização apenas nas "partes".
Oficialmente, a PM confirmou o "banho de gato".
E acrescentou: os 400 cavalos da corporação no Estado estão sendo limpos com água de reúso. A origem dessa água não foi informada.
Para o veterinário Diogo Siqueira, a economia no banho equino pode deixar o animal mais exposto a doenças.
"O cavalo sua muito, precisa do banho completo, principalmente quando trabalha. Ainda mais na cidade grande, onde ele fica mais vulnerável a bactérias", diz.
No Haras Cantareira, em Mairiporã (Grande São Paulo), os problemas no abastecimento também afetaram a limpeza dos animais.
"Quando ele [cavalo] não trabalha muito, não rola no chão, também só damos uma lavadinha rápida onde é mais necessário", conta o funcionário Douglas Rodrigues, 35.