Escola ajuda a 'lavar' imagem de ditador, diz ONG
Para o principal ativista de defesa dos direitos humanos na Guiné Equatorial, a Beija-Flor, escola de samba campeã do Carnaval carioca neste ano, está ajudando a "lavar" a imagem de um dos ditadores mais corruptos da África.
"A ditadura do presidente Obiang está sempre ansiosa por oportunidades como essa para mascarar sua repressão aos direitos humanos", diz Tutu Alicante, diretor-executivo da ONG EG Justice (Justiça para a Guiné Equatorial) que está exilado nos EUA.
Segundo ele, o governo brasileiro "chegou à conclusão de que os petrodólares são mais importantes que dignidade humana".
Ele lembra que mais de 75% da população da Guiné Equatorial sobrevive com menos de US$ 2 por dia. "Enquanto muita gente no meu país não tem acesso a água, educação, saúde ou comida, funcionários do governo estão em um dos hotéis mais caros do Rio", afirma.
Relatório da ONG Human Rights Watch aponta que "receitas de petróleo custeiam um modo de vida luxuoso para uma elite que cerca o presidente, enquanto a maioria da população vive na pobreza".