Outro lado
Repasse será normalizado neste mês, diz governo
Segundo ministério, instituições receberão parcela maior dos recursos; dirigente diz que quadro preocupa
O MEC (Ministério da Educação) informou que os repasses às universidades federais voltarão à normalidade já no mês de março e que a medida permitirá que as instituições ajustem os seus calendários de pagamento.
Segundo o ministério, o secretário-executivo da pasta, Luiz Claudio Costa, disse na última quarta (11) na Câmara dos Deputados que o governo autorizou a liberação de 1/12 dos recursos como forma de garantir o "pleno funcionamento dos serviços".
Por meio de sua assessoria, o MEC informou que está "em diálogo permanente" com as universidades para "trabalhar em parceria e esclarecer eventuais dúvidas".
As instituições de ensino superior receberam até agora R$ 1,38 bilhão para ser utilizado no custeio --compra de insumos e pagamento de terceirizados, por exemplo-- e nos investimentos.
Em todo o ano passado, foram enviados às universidades R$ 8,6 bilhões. Para este ano, a previsão é que o valor chegue a R$ 9,5 bilhões.
Questionado, o ministério não informou se o valor contingenciado nos dois primeiros meses do ano será liberado depois da aprovação do Orçamento federal.
A Andifes (entidade de dirigentes de instituições federais) admite que em várias universidades os problemas são graves. "O quadro não é caótico, mas preocupa", afirma Targino de Araújo Filho, reitor da UFSCar (São Carlos) e presidente da entidade.
Para ele, a pior situação é a da UFRJ, onde as aulas atrasaram por falta de limpeza.
Sobre os problemas na UFMG, como a falta de medicamentos, o reitor Jaime Arturo Ramírez disse que o decreto do governo que alterou a forma de repasse agravou as dificuldades que já existiam em novembro e dezembro, quando houve redução de R$ 30 milhões da verba.
A respeito da poda de vegetação na Unifesp de Diadema, a direção da unidade reconhece a "situação crítica" e diz que tomou medidas para a contratação do serviço.