Discriminada, carioca é contra 'patrulha'
Apesar de ter o cabelo "black power", a carioca Gabriela Monteiro, 26, diz não compactuar com o movimento antichapinha. "Sou a favor da liberdade de ser do jeito que se sentir melhor. Com ou sem chapinha, o importante é estar bem", diz ela.
Nascida e criada nas comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme (zona sul do Rio), Gabriela decidiu manter seu cabelo natural há cerca de seis anos.
"Assumi meu estilo não por uma atitude política, mas porque gosto do meu cabelo. Super apoio a valorização dos cabelos crespos ou cacheados", conta ela. "Acredito que arrumava o cabelo antes porque nunca tive uma mulher negra famosa por perto como referência", completa.
No segundo semestre do ano passado, a jovem denunciou por racismo duas professoras do curso de Design de Moda da PUC-Rio.
Segundo a estudante, na época uma professora contou em sala de aula que estava no cinema quando apareceu uma menina "inconveniente" com o cabelo igual ao de Gabriela e sentou na sua frente dificultando a visão. Já a outra docente perguntou se o signo de Gabriela era leão quando ela entrou em sala de aula com o cabelo solto.
As professoras, que não foram encontradas pela reportagem, devem ser ouvidas pela polícia sobre o caso em abril. A delegacia registrou a queixa como injúria.