Motoristas ameaçam parar ônibus hoje das 10h às 12h
Em protesto por reajuste salarial, sindicato promete fechar terminais na capital
Categoria reivindica aumento de 8% para repor inflação e mais 7% de aumento real; viações oferecem 7,21%
Motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo ameaçam fazer uma paralisação de duas horas na manhã desta terça-feira (12) para pedir reajuste salarial.
O sindicato diz que fechará todos os 29 terminais da capital das 10h às 12h. Ele orientou os condutores a desligar os veículos assim que chegarem aos pontos de parada.
Embora a manifestação esteja programada nesse período, fora do rush, há risco de passageiros sentirem os reflexos por mais tempo até a normalização dos serviços.
Uma paralisação da categoria nesse mesmo horário em novembro de 2014, contra atos de violência no serviço, chegou a prejudicar 1 milhão de usuários na época.
O sindicato dos motoristas e cobradores reivindica reposição da inflação (em torno de 8%) e mais 7% de aumento real. O sindicato patronal propõe reajuste de 7,21%.
Eles também negociam vale alimentação, convênio médico e pagamento da PLR (participação nos lucros).
O SPUrbanuss (sindicato das empresas) diz que "considera intempestiva a manifestação" e que ela "pode ocasionar sérios transtornos à mobilidade dos paulistanos".
A entidade afirma também que "essas negociações estão em andamento e ainda não se esgotaram".
O prefeito Fernando Haddad (PT) disse às 16h desta segunda (11) que ainda não havia sido informado do protesto, mas que deveria buscar um plano de contingência, com ônibus reserva e remanejamento de linhas. A prefeitura, porém, não divulgou detalhes até a noite.
"A relação deles [grevistas] é com os empregadores. A prefeitura é só poder concedente", afirmou Haddad.
A SPTrans (empresa municipal de transporte) afirmou, em nota, esperar que "trabalhadores e empresários" cheguem a um entendimento para evitar a paralisação.
O piso salarial de motoristas de ônibus de São Paulo é de R$ 2.151. O dos cobradores é de 1.244. A data-base da categoria é em maio. O último reajuste, de 10%, foi em 2014.
O sindicato patronal diz que os salários dos condutores na capital paulista só perdem para os de Porto Alegre.