Angelina Pereira de Queiroz (1919-2015)
Porto seguro da família e grande conselheira
"Preciso ir embora, tenho que ir para casa e cuidar da Maria Isaura." As palavras de Angelina Pereira de Queiroz enquanto esteve internada pouco antes de morrer resumem a atenção pela irmã mais velha, de quem cuidava, e por todo o resto de sua família.
Sobrinha-neta do presidente Prudente de Moraes (1894-1898), nasceu em São Paulo, onde foi criada com seus seis irmãos pelo pai, o advogado Manoel Elpídio, e pela mãe, Maria Moraes.
De família tradicional, foi aluna exemplar durante o magistério no Caetano de Campos, quando a escola funcionava no prédio que hoje abriga a Secretaria da Educação do Estado de SP, na República, no centro de São Paulo.
Não deu aulas em colégios, mas foi a eterna professora particular dos sobrinhos, ajudando-os com as dificuldades em português e matemática.
Por causa de uma doença da mãe, permaneceu com os pais, cuidando deles até morrerem, e não se casou.
Era perfeccionista, e controlava minuciosamente os gastos da casa enquanto aperfeiçoava o inglês e o francês, línguas que dominava.
Aos domingos, organizava lanches para toda a família, reunindo mais de 30 pessoas em casa. Enquanto os pequenos brincavam, aconselhava os irmãos sobre problemas pessoais e profissionais.
Recebia a todos muito bem, mas era reservada. Não gostava que ninguém a ajudasse. Culta, apreciava escutar música clássica pelo rádio.
Morreu de broncopneumonia, aos 95 anos, após ficar duas semanas internada. Deixa os quatro irmãos, 13 sobrinhos e outros "sobrinhos postiços", amigos de Angelina.