Mauricio Martins Rodrigues (1961-2015)
Biólogo que sonhava com a vacina contra Chagas
O maior sonho do biólogo Mauricio Martins Rodrigues era descobrir as vacinas da doença de Chagas e do tipo de malária predominante no continente americano. Lutou por ele até o fim da vida, vibrando a cada avanço que pudesse levá-lo à conquista.
Aos 14 anos, quando o carioca morava no Laranjeiras, bairro da zona sul do Rio, foi diagnosticado com artrite reumatoide grave. As dores da doença acabaram o impedindo de surfar e jogar bola, esportes que adorava na adolescência, mas não foram barreira para que se tornasse um grande pesquisador.
O médico Max, seu pai, queria que o filho herdasse o ofício, mas Mauricio estava decidido a se tornar biólogo.
Graduou-se em 1983 pela UFRJ (federal do Rio), tornando-se mestre em 1985 e doutor em 1989, ano em que embarcou para os Estados Unidos, onde se dedicaria ao pós-doutorado até 1992 pela Universidade de Nova York.
Na instituição, deu aulas até 1994, quando voltou ao Brasil, convidado pela Unifesp (federal de SP) para estudar imunologia e desenvolvimento de vacinas. No mesmo ano, tornou-se orientador da então doutoranda Irene, com quem iria se casar em 1999.
Ficava bastante em casa, lendo as novidades em revistas científicas, mas gostava de rever os amigos do Rio, quando aproveitava para renovar o acervo de piadas.
Em dezembro do ano passado, sofreu o segundo infarto do miocárdio. Desde então, passara por três internações.
Na última, ficou no hospital por 25 dias, morrendo no dia 23, aos 53 anos, por pneumonia. Deixa a mulher, o filho, a mãe, o pai e um irmão.