Fora do mapa, salão cria 'roteiro analógico'
Nem placas de sinalização, nem GPS, nem aplicativos de trânsito, como o Waze, solucionaram o problema do empresário Leandro Magalhães, 27. A salvação foram círculos amarelos pintadas em postes.
Magalhães tem um salão de festas, o La Forêt, em São Roque (a 93 km de São Paulo). Até um ano atrás, chegar no espaço era difícil.
Nenhum meio eletrônico consegue indicar uma rota segura para os convidados de casamentos ou eventos que ocorrem em seu salão.
"GPS não acha. O [aplicativo] Waze mostra um caminho por uma rua estreita na beira de um barranco, onde carro não consegue passar", diz.
O empresário então espalhou placas indicando o caminho na região. "Mas as pessoas nunca seguiam as indicações e se perdiam sempre."
A solução veio de forma "analógica", sem aplicativos de celular ou GPS. "Pintei bolas amarelas nos postes da cidade. A pessoa segue as bolas e chega no salão. Ninguém se perdeu mais", diz.
Magalhães diz que, no último mês, recebeu ligações de pessoas vinculadas ao Waze que estão tentando colocar seu salão numa rota correta.
Segundo a empresa responsável pelo aplicativo, o telefonema pode ter sido feito por um dos milhares de voluntários que trabalham como "editores de mapa".
Qualquer usuário do aplicativo pode assumir a função, mas, no início, só pode editar alguns pontos. À medida que usa mais o sistema, sobe de nível e fica apto a fazer mais intervenções.
O biólogo Carlos Garcia, 34, é um desses. Desde 2012, passa duas horas por dia ajeitando mapas do aplicativo, de graça. Vê condições das vias, imagens de satélite etc. "Gosto de ajudar", diz.
Além da distância, o Waze leva em conta fatores, como trânsito, semáforos e cruzamentos. (LEANDRO MACHADO)