Stanislaw Wachowiak (1925-2015)
Organista polonês, adotou o Brasil
Quando ouvia que era polonês, Stanislaw Wachowiak batia o pé. "Sou brasileiro!", respondia enfaticamente. Escolheu o Brasil pelo clima tropical, já que odiava o frio. Aqui chegou em 1953, vindo da Irlanda, onde morou algum tempo depois de passagens por Suíça e Suécia.
Mas sua história começa na Polônia dos anos 1920, na mesma cidade de Toru? em que nasceu o astrônomo Nicolau Copérnico, em 1473.
A infância feliz e abastada –seu pai era ministro do governo polonês– deu lugar a um mundo cinza e violento a partir de 1939, quando os nazistas ocuparam o país. Sua adolescência em Varsóvia foi marcada pelo gueto da cidade, que ficava próximo à casa de sua família. Deixaram a Polônia em 1944, fugindo das tropas soviéticas lideradas pelo ditador Josef Stálin.
Stanislaw foi o único a vir para o Brasil –seus irmãos e pais foram para os EUA. Trabalhou por 35 anos como relações-públicas da Mercedes-Benz. Logo ao chegar, porém, foi professor de inglês, quando conheceu Eneida, companheira de 60 anos de casamento. Católico fervoroso, deixou de ir à missa depois que o latim foi abandonado pelos padres, mas continuou a frequentar a igreja.
Apaixonado por Bach, era organista. Ajudou a restaurar o órgão das igrejas de Mariana (MG) e Nossa Senhora Auxiliadora, em São Paulo, feito que o enchia de orgulho, lembra a filha Teresa.
Morreu no dia 12, aos 90, de falência de múltiplos órgãos. Deixa a mulher, três filhos e quatro netos. A missa de sétimo dia será rezada no dia 22, às 16h, na igreja do Recanto São Camilo, em Cotia (SP).