Tatiana Grinfeld (1977-2015)
Psicóloga que fez da fraqueza a sua força de vida
Toda a alegria e ansiedade que acompanham um jovem que entra na faculdade logo foi interrompida no caso de Tatiana Grinfeld. Ela tinha 19 anos quando foi diagnosticada com leucemia, pouco depois de ser aprovada no curso de psicologia na PUC.
A doença, no entanto, não impediu que ela continuasse o curso. Coincidiu os estudos e os tratamentos de quimioterapia e, ao final, foi considerada livre da doença e formada em psicologia.
Alguns anos depois, porém, Tati voltou a ser diagnosticada com a doença, duas vezes. Passou por transplantes –de medula e de cordão umbilical–, e aprendeu a alternar períodos em que estava mais forte ou mais fraca, sem deixar de viver.
"Ela tinha sede de vida. Foram muitas pessoas queridas que a levaram adiante nesses 18 anos, contrariando as expectativas. Ela gostava de viver", afirma a mãe, Fanny.
Profissionalmente, decidiu se dedicar aos outros, trabalhando no Instituto Fazendo História, voltado ao acolhimento de crianças; e na Abrale, que auxilia pessoas com leucemia e com linfomas.
Também usou sua jornada em seu mestrado sobre "a potência da fraqueza" e nas aulas que dava na pós-graduação do Albert Einstein. "Ela defendia um tratamento mais humanizado, com olho no olho", afirma a mãe.
Fora os estudos e o trabalho, gostava de cozinhar, principalmente com o irmão, e de viajar –adorava Fernando de Noronha e a Califórnia.
Morreu no dia 21, aos 37, após longa luta contra a leucemia. Deixa os pais, o irmão e seu cachorro Cipó, além de tios, primos e amigos.