Angelina Míccolis Mendonça (1923-2015)
Dona Angelina, a mais firme das baixinhas
Quem falava ao telefone com Angelina Míccolis Mendonça não raro se assustava quando encontrava a senhora de um metro e cinquenta.
"Mas essa é a dona Angelina?", perguntava-se o interlocutor que, momentos antes, ouvira uma voz firme e empostada, logo associada a uma figura alta e encorpada, lembra o filho Álvaro.
Estava sempre ocupada. Na adolescência, ajudava o pai, imigrante italiano, na confecção de sapatos e a mãe nas costuras. Estudou apenas o básico na escola e fez um curso profissionalizante de serviços domésticos.
Era praticamente vizinha de Álvaro Mendonça Filho, com quem se casou aos 21 anos. Por influência dele, dono de um escritório de contabilidade, ingressou na área, ajudada pela ótima memória e a boa cabeça para as contas. Ao mesmo tempo, mantinha uma pequena loja em frente a sua casa, onde forrava botões e vendia artigos de armarinhos.
Lia jornal diariamente –gostava de se manter atualizada pela imprensa escrita e não pelo noticiário televisivo, o qual achava pouco preciso.
Além de trabalhar, a paulistana tinha alegria em reunir a família (que não era pequena) para almoçar um assado de cabrito, sua especialidade na cozinha.
Em 1974, ficou viúva, e o filho mais velho, Álvaro, assumiu o escritório de contabilidade –Angelina continuou ajudando na matemática.
Morreu no último dia 29, aos 91 anos, após complicações decorrentes de uma infecção renal e pulmonar. Deixa quatro filhos, dez netos e dez bisnetos.