Conexão cultural
Aprenda por aqui
Se não dá para viajar, há outras situações que exigem do estudante entrega, curiosidade e inteligência para fazê-lo descobrir como se virar em outro idioma
Viajar para fazer um intercâmbio ou aproveitar as férias para testar a capacidade de se comunicar em outra língua sempre está nos planos de quem estuda inglês, espanhol, francês e outros idiomas. Só que com o dólar em alta, o euro oscilando na casa dos R$ 3 e a libra beirando os R$ 4, o custo de ir para o exterior está cada vez maior.
Mas não é preciso sair do Brasil para conversar com pessoas em outras línguas. Dá para passar um final de semana em programas de imersão nos quais é proibido falar português, receber estrangeiros em casa --ou apresentar a eles a sua cidade-- e usar o Skype para bater um papo com gringos.
Aqui ou lá, o que interessa, para quem quer aprender de fato, é se expor com mais frequência a situações como essas, em que é preciso usar a inteligência para se virar em um novo idioma.
"A interação social faz a pessoa viver situações novas e descobrir soluções para se comunicar. Quem não sai da zona de conforto não avança", afirma Joseilde Teles, 40, professora de inglês e mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pelo Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo).
Para iniciantes que ainda sentem um certo receio de falar outra língua, a vantagem de participar dessas vivências sem sair de seu país é poder treinar a comunicação com outras pessoas que também são aprendizes e, portanto, mais tolerantes com quem está no nível básico.
"No começo, o que vale é se fazer entender, e não falar com uma gramática perfeita. Praticar é o ponto mais importante para assimilar o aprendizado", diz Sandra Baumel Durazzo, 52, consultora de línguas estrangeiras e diretora da assessoria educacional Target Idiomas.
PONTO FUNDAMENTAL
Conhecer a cultura de outro país é outro ponto fundamental para se aprimorar em uma nova língua.
"Quanto mais se mergulha no contexto em que um idioma é usado, mais rápido é o aprendizado", afirma Claudio Picollo, 68, professor do departamento de inglês da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Mesmo a distância, dá para acompanhar, pela internet, notícias, seriados e programas de TV internacionais e sintonizar rádios estrangeiras para descobrir bandas que estão fazendo sucesso, por exemplo.
Para conhecer os hábitos e as ideias de quem vive no exterior, há quem recorra aos velhos programas de "pen pals" [expressão em inglês que significa amigos por correspondência], nos quais as pessoas podem trocar e-mails (ou cartas, para os saudosos da modalidade).
Opções para falar, ler e escrever melhor não faltam.