Imersão
É proibido conversar (em português)
Escolas que oferecem a experiência intensa do retiro são alternativa rápida para melhorar a comunicação
Para não perder o pique no meio de um curso que já dura anos, ou para melhorar a fluência na comunicação, vale optar por uma experiência mais intensiva: a imersão.
Nessa modalidade, o aluno faz a mala e parte para um tipo de retiro no qual é proibido conversar em português.
Voltado a quem está em um nível intermediário ou avançado de domínio do idioma, esse treinamento pode ser feito por executivos que querem se preparar para um novo emprego ou uma viagem.
As aulas duram pelo menos um final de semana, mas podem se estender por mais dias, dependendo da escola.
Em São Paulo, um dos pioneiros nessa área é o English Camp, criado em 1988. Originalmente, o acampamento só recebia crianças, mas, em 2000, a pedido dos pais, a imersão começou a ser oferecida também a adultos.
Hoje, os alunos mais velhos vão para uma chácara no interior e se dividem em turmas de até seis. Durante a estadia, eles fazem caminhadas com monitores e atividades personalizadas. Há biblioteca, home theater e piscina à disposição.
Mas nada de moleza: os monitores vão corrigindo os erros ao longo do dia e, à noite, cada aluno recebe uma lista com seus deslizes. Ao final, todos fazem um teste escrito para avaliar o quanto aprenderam na imersão.
Em Petrópolis (RJ), a escola Little England tem uma proposta diferente, com professores nativos de países onde se fala inglês. Cada turma tem até 22 alunos, divididos em grupos de até seis.
O mineiro Willy Schuwarten Júnior, 45, é gestor de produção e se prepara para fazer no mês que vem a terceira imersão na escola --pagas pelas empresas em que já trabalhou. Seu objetivo é se comunicar bem com estrangeiros quando participar de reuniões de negócios. "Quando fiz os primeiros cursos, vi que era possível melhorar sem despender tanto tempo estudando todo dia", afirma.
Outra imersão voltada a executivos é a Language Land, que faz parcerias com hotéis de Guarulhos e Cabreúva (SP) para sediar aulas.
Ao menos uma vez por mês, a escola oferece dois tipos de programa: um de cinco dias, e outro de final de semana --ambos para turmas de quatro a 12 alunos. "São um complemento de um processo regular de ensino. Em cinco dias, ninguém sai falando como nativo", alerta Cláudia Pirani, 39, diretora da Language Land.
CURSOS MAIS LONGOS
E em cinco semanas, será que dá? Esse é o prazo prometido pela escola Excellent Global, de Ponta Grossa (PR), para levar o estudante do nível básico ao avançado. Na verdade, é um superintensivo: oito horas por dia, e os alunos podem fazer perguntas em português.
A metodologia desenvolvida pelo fundador, Marcos Shibuta, 50, consiste em rever o mesmo assunto várias vezes, até ser assimilado.
Diferentemente das outras escolas, a de Shibuta tem turmas grandes: a atual reúne cerca de 70 alunos. "Em uma sala assim, o estudante tem a chance de se apresentar para muitas pessoas diferentes, o que leva a uma prática maior e a um aprendizado mais rápido", justifica.
Com esse método, a escola oferece também um curso de imersão em três idiomas, com a mesma duração.