Especial Gestão escolar
O nó no ensino médio
O ensino médio é a única etapa da educação brasileira que não avança em qualidade desde a década passada, o que deixa o Brasil entre os piores nos rankings mundiais. Nem alunos mais ricos conseguem desempenho satisfatório. Na rede pública, onde estão 87% dos jovens, a situação é ainda pior.
A saída passa por uma gestão que coloque o aluno no centro da política do setor, apontou o Seminário Internacional Caminhos para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar, correalizado pelo Instituto Unibanco e a Folha nos últimos dias 2 e 3, em São Paulo.
No encontro, o governo brasileiro prometeu plano para certificar diretores de escola, e Goiás anunciou parceria inédita entre setor privado e rede escolar pública.
O seminário apresentou experiências de êxito dos melhores sistemas educacionais do mundo, que exigiram mais a mobilização da comunidade do que recursos.
No Canadá, a eficiência das escolas aumentou depois que começou a cooperação entre governo, diretores de colégio, professores e sindicatos.
Na Austrália, um longo processo de discussão culminou com um currículo para a educação básica que norteia a formação dos professores e, ao estabelecer o conteúdo mínimo que todo australiano deve conhecer, ajuda os estudantes com dificuldades.
No Brasil, a definição de um currículo nacional previsto em lei, mas nunca implantado, é citada como fator para resgatar o ensino médio do marasmo.