Ação já em prática no Brasil melhora a escola
Algumas ações já praticadas no país impulsionam o desempenho das escolas, aponta levantamento apresentado no seminário de gestão escolar por Francisco Soares, presidente do Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação).
O trabalho comparou escolas básicas que atendem alunos com baixo nível socioeconômico. Se o colégio funciona em apenas um turno, o corpo docente fica estável por anos e os professores têm a formação adequada, a nota da instituição na avaliação federal tende a ser 20% maior do que a obtida por escolas que não têm essas condições.
As unidades que atuam em um só turno, evitam a rotatividade de professores e garantem que eles lecionem disciplinas de sua área de formação atingem, em termos absolutos, nota 4, ante 3,3 das que não têm essa situação. A escala vai de 0 a 10. A avaliação considera desempenho dos alunos em português e matemática e total de formados pelo colégio.
"Onde há sucesso, há boa gestão", disse Soares na quinta (3), segundo dia de debate. Em avaliação semelhante, o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, disse: "A gestão harmoniza o processo e o uso dos recursos disponíveis. Permite, face a todas adversidades estruturais, um padrão mínimo de qualidade".
Henriques afirmou que gestão apenas não é "solução mágica", mas uma "variável radicalmente necessária".
Um exemplo que ele defende como boa prática é a criação de protocolos para ações pedagógicas nas escolas. "O mundo da pedagogia é resistente, pois a padronização inibiria a inovação. Mas, a autonomia exercida sob o vazio, sem padrões, aumenta a desigualdade", afirmou.
Também no evento, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que o foco do país, agora, deve ser a melhoria da qualidade da educação, após o grande crescimento das matrículas.
"Isso passa pela melhora da gestão escolar e pela valorização dos professores. O equívoco é achar que uma se sobrepõe à outra ou que elas se excluem mutuamente."