São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 1999



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SUICÍDIO DE GETÚLIO
24 de agosto de 1954

Emporium Brasilis
Foto mostra o tiro no coração de Getúlio Vargas
Por volta das 8h30, o presidente Getúlio Vargas suicida-se aos 72 anos no Palácio do Catete. Com um tiro no coração e uma carta-testamento em que acusa os “espoliadores” e os grupos econômicos internacionais por sua morte, o presidente consolida seu mito. Deposto em 1945, reassume a presidência em 31 de janeiro de 1951, embalado por quase 4 milhões de votos (48,7% do total) e pelos versos da marchinha mais popular daquele ano: “Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho/ Faz a gente trabalhar”. A votação mostra que ele ainda é o grande chefe político do país, mas em circunstâncias mais complexas do que no passado: já não conta com o apoio dos militares, enfrenta a oposição cerrada dos conservadores e a desconfiança do centro. A partir de 1953, as tensões políticas e sociais crescem. Além disso, com o acirramento da Guerra Fria entre EUA e URSS, o nacionalismo de Vargas passa a ser identificado com o comunismo por uma importante parcela das Forças Armadas e pelos partidos conservadores. Em 1954, a oposição encontra novos temas para a sua campanha antivarguista: a acusação de que ele pretendia instaurar uma ditadura nos moldes peronistas. Mais: um acontecimento inesperado sela a aliança entre civis e militares para a deposição do presidente. Carlos Lacerda (1914-1977), porta-voz e líder da oposição a Vargas, é vítima de atentado em 5 de agosto, quando o major-aviador Rubens Vaz morre. As investigações apontam como mandante o chefe da guarda pessoal do presidente. Vargas é arrastado em uma enxurrada de denúncias de corrupção e ligações criminosas. O Exército exige a renúncia do presidente. Ele prefere o suicídio. Três presidentes sucedem-se em 16 meses: Café Filho (1899-1970), vice de Vargas, Carlos Luz (1894-1961), presidente da Câmara, e Nereu Ramos (1888-1958), vice-presidente do Senado. Nas eleições de 3 de outubro de 55, com o apoio das forças getulistas, Juscelino Kubitschek (PSD-PTB) é eleito presidente.

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