São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 1999




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CD DA FÉ
Música é tática de religiosos

da Reportagem Local

Se a Renovação Carismática e os padres cantores surgiram no catolicismo como uma forma de tentar combater o crescimento dos grupos evangélicos nos últimos anos, a Igreja Universal do Reino de Deus vem preparando seu contra-ataque investindo no bispo-cantor Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo.
Contratado pela gravadora Sony, Crivella tem percorrido o país fazendo shows. Seu 11º CD, o primeiro fora da gravadora da própria Universal, vendeu 400 mil cópias desde o seu lançamento, no final de agosto deste ano.
Casado, pai de três filhos, o bispo, que está na Universal há cerca de 15 anos, foi o responsável pela implantação na África e na Ásia da igreja fundada por seu tio.
Apesar do investimento recente da Igreja Universal, que tem garantido espaço ao bispo em vários programas da Rede Record (de propriedade da Igreja), pelo menos no mercado fonográfico os católicos têm levado vantagem.
Estrela pop da Renovação Carismática, padre Marcelo Rossi vendeu até agora 1,3 milhão de unidades de seu segundo CD, lançado há três meses. O primeiro CD do padre atingiu a marca de 3,2 milhões de cópias vendidas.
E a competição entre as duas igrejas não pára por aí. Especialistas em eventos de massa, os dois religiosos cantores vêm disputando também no número de fiéis reunidos em grandes celebrações.
No dia 12 de outubro, Rossi foi a principal atração de uma celebração que reuniu ainda, pela primeira vez, os padres Zeca, Zezinho, Jorjão, Jonas Abib e Antonio Maria no Maracanã, no Rio.
Segundo contagem feita nas roletas, 161.722 pessoas participaram do evento, até então, o maior público do estádio neste década.
Mas o recorde não duraria. Pouco mais de 15 dias depois, a Universal, representada pelo próprio Edir Macedo e por Crivella, reuniu 184.276 pessoas no local.
Na celebração católica, o ginásio Maracanãzinho, ao lado do estádio, não foi utilizado. No culto da Universal, 20 mil fiéis também acompanharam a cerimônia por meio de um telão. Durante o evento, chamado no estádio de ‘‘a vigília da resposta’’, a cúpula da Igreja comemorava a cada divulgação de público feita pela administração do Maracanã.
No Dia de Finados, foi a vez de Rossi surpreender, reunindo 600 mil pessoas em um ‘‘showmissa’’ na zona sul de São Paulo.
As duas igrejas prometem agora bater seus próprios recordes, convocando seus seguidores para celebrações com 1 milhão de fiéis.
‘‘Não considero muito isso uma disputa, mas ela é boa. O Brasil precisa de mais religiosidade. É uma santa disputa’’, afirmou o bispo Carlos Rodrigues, coordenador político da Universal. (PZ)

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