São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 1999




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O ESTILO NOVA ERA

NA LITERATURA
Nos anos 60, a redescoberta de "O Lobo da Estepe" (1927), de Herman Hesse, e a valorização da literatura beatnik criaram o filão dos relatos de aventuras pessoais em busca de autoconhecimento e desenvolvimento espiritual, mas os críticos apontam que a literatura new age começou com "Fernão Capelo Gaivota", de Richard Bach, em 1970.
A curta novela sobre os dilemas existenciais de uma gaivota atingiu leitores de várias idades e preparou terreno para que muita literatura oriental fosse lançada na América e na Europa. "Entre os Monges do Tibete", de Lobsang Rampa, "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas", de Robert M. Pirsig, e toda a obra de Carlos Castañeda trocaram o gueto das livrarias hippies pelas listas de best seller.
Na última década, a literatura esotérica e de auto-ajuda tomou uma fatia de 29% dos livros vendidos nos EUA. "A Profecia Celestina", de James Redfield, que narra o crescimento espiritual de um intelectual que viaja por montanhas do Peru, vendeu 18 milhões de exemplares desde 1997.
O brasileiro Paulo Coelho (foto) virou best seller internacional e figura-chave na literatura da Nova Era. Com 27 milhões de livros vendidos, Coelho reúne histórias de várias religiões, com narrativas de desenvolvimento espiritual, e as reconta em romances e coletâneas de textos curtos. "O Alquimista", seu livro mais famoso, liderou listas de mais vendidos em mais de 50 países e ganhou notoriedade ainda maior quando o presidente americano Bill Clinton foi fotografado na Casa Branca lendo um exemplar da obra. Coelho é o único estrangeiro até hoje a ter três obras simultaneamente na lista dos dez livros mais vendidos na França.

NA MÚSICA
A new age music é uma evolução da música ambiente, desenvolvida nos anos 60 e 70, misturada a elementos sonoros de países de língua não-inglesa -rotulados como world music.
Inicialmente, o gênero era dominado por discos de sons emitidos por baleias, barulho de cachoeira e vento entre as folhas, mas instrumentistas talentosos aderiram, como o harpista Andreas Vollenweider e o guitarrista Michael Hedges.
A musa da turma é a cantora irlandesa Enya (foto), que já vendeu mais de 20 milhões de álbuns. O gênero foi ratificado pela indústria com a instituição, a partir de 1986, de uma categoria própria no Grammy, o Oscar da música.

NO CINEMA
A adaptação para a tela de "Fernão Capelo Gaivota", dirigida por Hall Bartlett em 1973, é o inegável ponto de partida do cinema new age.
Mas quem ditou as regras do gênero foi Godfrey Reggio, com seus documentários "Koyaanisqatsi" (83) e "Powaqqatsi" (88). A edição frenética de imagens de vários cantos do planeta, com a música ambiente de Philip Glass no fundo, é ainda a melhor tentativa de fazer uma representação cinematográfica da globalização, copiada em "Baraka" (92), de Ron Fricke. Do mesmo ano é "Atlantis", de Luc Besson, com imagens fantásticas do fundo do mar.
O primeiro filme comercial de Hollywood a assumir estética da Nova Era foi o recente "Amor Além da Vida", do neozelandês Vincent Ward, sucesso de bilheteria no qual Robin Williams (foto) conhece ceú, inferno e a reencarnação.


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