Bruno Henrique sonha em ser ídolo no seu Corinthians
BRASILEIRO
Torcedor do clube, volante continua como titular ante Santos
Quando viu que a bola foi para a rede, Bruno Henrique não sabia o que fazer. Após alguns segundos, lembrou-se de que o pai estava no Itaquerão. Procurou-o, mas não o achou. O lance, que empatou a partida contra o Coritiba, aos 50 min do 2º tempo foi o primeiro gol dele com a camisa do Corinthians.
"Foi a única vez que entrei na área do Coritiba no jogo inteiro. Agora que fiz o primeiro, quero mais. A sensação foi indescritível", conta à Folha o cabeça de área, que será titular no clássico contra o Santos, neste domingo (9), às 19h30, no Itaquerão.
Sempre que pode, Bruno Henrique ressalta o corintianismo dos seus parentes. O que lhe dá trabalho para atender a demanda por uniformes usados por ele nos jogos.
"É difícil agradar todo mundo. Eles vêm um pouco de cada vez nas partidas e, mesmo assim, ainda não veio todo mundo. São muitos pedidos. Eu não acho ruim, não. É legal", comenta.
Ele jura que uma das maiores alegrias que teve na vida foi em fevereiro deste ano. Quando o empresário Bruno Paiva o disse que estava tudo certo com o Corinthians, correu para ligar para a mãe, em Londrina. Dona Cleusa chorou ao telefone quando ouviu a notícia.
"Você realizou seu sonho", ela disse, do outro lado.
Em 1999, aos dez anos, Bruno saiu de casa para jogar futsal em Curitiba. Passou a se dedicar apenas ao futebol de campo aos 16, quando assinou contrato com o Iraty
Foram 9 anos até chegar ao Corinthians. Mais dez meses para virar titular. Às custas do antes intocável Ralf, passou a ocupar uma vaga no meio-campo ao lado de Elias.
"Não é fácil você não perder a concentração. Porque joga uma vez, depois fica cinco fora. Mas eu esperei tanto tempo por essa chance, não podia deixar isso acontecer."
A porta de entrada para o Corinthians veio no ano passado, no Canindé. Ele disputou a Série A do Brasileiro pela Portuguesa, que não o queria. Para garantir a negociação, Sérgio Malucelli, dono da SM Sports, que administra o futebol do Londrina, prometeu pagar o salário dele se os dirigentes da Lusa não ficassem satisfeitos. Ficaram.
O volante despertou o interesse do Corinthians.
"Há muita coisa que ainda quero fazer. A primeira é estar na Libertadores de 2015. Tenho certeza que o próximo ano vai ser melhor do que este. Posso virar ídolo desta torcida. É tudo o que eu quero", almeja o volante.
Era o que ele sonhava quando saiu de Londrina, há 15 anos. Um sonho partilhado por pai, mãe, dois irmãos e dezenas de tios e primos.