Pelé melhora de infecção, mas continua na UTI
REI DO FUTEBOL Ex-jogador de 74 anos teve que retirar um rim nos anos 70
Internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde segunda-feira (24) devido a infecção urinária, Pelé, 74, teve uma melhora no quadro clínico na sexta, mas segue na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O ex-jogador do Santos e da seleção brasileira continua passando por hemodiálise, tratamento em que uma máquina faz a filtragem do sangue, função que normalmente é executada pelos rins.
Os dois últimos boletins médicos indicam sinais positivos sobre a sua saúde do Rei do Futebol.
De acordo com os último comunicados, Pelé está "lúcido, em ventilação espontânea, sem necessidade de drogas vaso-ativas ou outras terapias de suporte" e se alimenta "por via oral".
Ainda apontam que a única bactéria encontrada no corpo do ex-jogador é "sensível aos antibióticos utilizados. Não foi identificada nenhuma infecção sistêmica".
Ou seja, segundo o diagnóstico do hospital, a infecção não se espalhou pelo organismo. Está restrita ao rim.
Pelé tem uma bactéria que provoca a infecção do rim e uma disfunção orgânica (perda da função renal), o que caracteriza um quadro inicial de sepse.
Trata-se de uma inflamação sistêmica, que é diferente de infecção sistêmica (sepse em estágio avançado).
UM SÓ RIM
O ex-jogador possui apenas um rim, o esquerdo. O direito foi retirado há mais de 35 anos, quando ele jogava no New York Cosmos, dos EUA (entre 1975 e 1977).
A informação foi confirmada pelo estafe de Pelé, que argumentou que ele teve de se submeter a uma cirurgia devido à "quantidade de pancadas que levou no rim" durante os jogos.
Segundo Alberto Antunes, professor associado da divisão de urologia da USP, viver com um só rim não é algo grave, mas pode trazer complicações a longo prazo.
"Uma pessoa consegue levar uma vida normal com um rim só. O rim restante se hipertrofia e compensa a ausência. Mas, no longo prazo, a função renal pode ficar comprometida, sem conseguir processar toda a urina produzida. Isso propicia a proliferação de micro-organismos na região e pode prejudicar a recuperação em casos de infecção urinária", afirmou.