Luís Figo é o 5º nome de oposição na eleição da Fifa
CÚPULA DO FUTEBOL
Postulantes à presidência querem fim da era Blatter
O ex-jogador português Luís Figo, 42, eleito o melhor do mundo em 2001, decidiu se juntar à maior campanha de oposição a Joseph Blatter desde que ele assumiu a presidência da Fifa, em 1998.
O ex-astro de Barcelona e Real Madrid se lançou na quarta (28) como quinto pré-candidato de oposição no pleito de 29 de maio.
Além de Figo, o holandês Michael van Praag, o princípe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, e os franceses David Ginola e Jérôme Champagne também declararam intenção de concorrer contra o suíço.
"Vejo a reputação atual da Fifa e não gosto. O futebol merece alguma coisa melhor", afirmou o português.
A declaração ajuda a entender por que Blatter tem agora tantos possíveis rivais (na última eleição, em 2011, foi candidato único após Mohammed bin Hammam, do Qatar, deixar a disputa devido a escândalo de corrupção).
Os pré-candidatos sabem que o atual presidente da Fifa nunca esteve com a imagem tão fragilizado perante a opinião pública.
As suspeitas de corrupção na eleição do Qatar como sede da Copa-2022 e a insistência em não divulgar a íntegra da investigação do caso minaram a credibilidade da entidade. Cinco patrocinadores decidiram deixar de apoiá-la.
EM BUSCA DE APOIO
O presidente da Fifa será escolhido pelos votos de representantes de 209 associações nacionais filiadas.
Nesse colégio eleitoral, Blatter mostrou força em junho ao derrubar proposta que limitava a idade de candidatos à presidência. Só europeus votaram a favor da medida. E o suíço foi aclamado.
A força de Blatter junto às federações torna praticamente impossível que os cinco oposicionistas consigam se tornar candidatos oficiais.
Quem deseja participar do pleito precisa enviar até esta quinta (29) à Fifa documento comprovando ter o apoio de cinco associações nacionais --daí o fato de ainda serem pré-candidatos.
Figo afirmou ter esse respaldo, mas não revelou quais países estão do seu lado. Van Praag também garantiu estar apto a concorrer e deu nome dos apoiadores: Holanda, Belgica, Suécia, Escócia, Romênia e Ilhas Faröe.
Além deles e de Blatter, só o príncipe Ali parece ter condições de reunir o apoio necessário. Vice da Fifa, ele preside um órgão que reúne as federações nacionais de 12 países do Oriente Médio.
As candidaturas do ex-jogador Ginola e de Champagne, ex-funcionário da Fifa, dificilmente irão decolar. A primeira tem sido encarada como golpe publicitário da Paddy Power, casa de apostas que o financia. O segundo diz que precisará "lutar até o fim" pelas indicações.