Fratus põe à prova nova condição de protagonista
NATAÇÃO
Velocista duela com Cielo nos 50 m livre no Troféu Maria Lenk
A temporada de 2014 viu o despertar de um Bruno Fratus diferente. De talento reconhecido, o fluminense se consolidou entre os mais velozes nadadores do mundo.
Primeiro porque venceu os 50 m livre no Pampacífico de Gold Coast, na Austrália --principal evento em piscina longa (50 m) do ano passado.
Depois porque nadou a distância três vezes na casa dos 21s4, tempo que lhe daria medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
E também porque sempre esteve perto do francês Florent Manaudou e de seu compatriota Cesar Cielo, que dominaram a velocidade nas piscinas nos últimos anos.
É com esse status a defender que Fratus disputa nesta quarta-feira (8) os 50 m livre no Troféu Maria Lenk, na piscina do Fluminense, no Rio.
Espera-se que ele e Cielo duelem na final, que ocorrerá a partir das 17h --as eliminatórias acontecem às 9h.
A ascensão de Fratus à condição de protagonista está ligada a mudanças.
A maior delas, ter ido morar em Auburn, nos EUA, famosa por lapidar os melhores velocistas do mundo. Lá, desde 2014 é treinado por Brett Hawke, que orientou Cielo à época da medalha de ouro nos 50 m livre nos Jogos de Pequim, em 2008.
"Eu sempre fui muito fã do trabalho do Brett e tinha curiosidade de trabalhar nos EUA por causa da competitividade, excelência e estrutura. A cultura esportiva nos EUA está anos luz à frente de como é no Brasil", disse Fratus, em entrevista à Folha.
O nadador se julga mais completo desde que deixou o país natal. Apostou em aprimorar fundamentos e em trabalhar as prioridades.
"Dizem que tenho talento. Mas para mim não vale muito. Prefiro ser um atleta que trabalha a ser talentoso."
Uma delas foi conjugal. Desde o ano passado é casado com a também ex-nadadora Michelle Lenhardt, que o ajuda nos treinos e metas.
Em 2014, ele teve como melhor marca 21s41, seu recorde pessoal e que lhe rendeu a terceira posição no ranking.
Já classificado para o Pan de Toronto, em julho, e para o Mundial de Kazan, em agosto, ele pretende nadar abaixo de 21s30 e vencer ambos.
"Quando miramos em algo grande, como são as Olimpíadas do Rio, não posso me dar ao luxo de descansar."