Thiago Pereira se torna o maior medalhista da história do torneio
Nadador chega a 23 medalhas e supera o ex-ginasta cubano Erick Lopes no total de medalhas
Foi apertado. Sem ouro individual. Ou grandes marcas.
Mas Thiago Pereira, 29, saciou, neste sábado, aquela que era sua maior obsessão.
Com uma medalha de prata nos 200 m medley e uma de ouro no revezamento 4 x 100 m medley visto da arquibancada, ele marcou sua história na competição que lhe rende o maior prazer.
Tornou-se o maior medalhista dos 64 anos de história dos Jogos Pan-Americanos.
O brasileiro chegou a 23 medalhas no evento e superou o ex-ginasta cubano Erick Lopez. Pereira soma 15 ouros, quatro pratas e quatro bronzes. Lopez, cujas láureas vieram entre o Pan de Havana, em 1991, e o de Santo Domingo, em 2003, parou nos 22 – 18 ouros, 3 pratas, 1 bronze.
A façanha foi obtida com uma boa dose de drama. De terça-feira (14), data de início da natação no Pan, a este sábado, Pereira não nadou bem. Quando o fez, na final dos 400 m medley, prova que venceu, foi desclassificado por ter cometido irregularidade em uma das viradas.
Os ouros que amealhou vieram em revezamentos (4 x 100 m livre, 4 x 100 m medley e 4 x 200 m livre). Nos dois primeiros, participou apenas das eliminatórias –e não da final–, o que ainda assim dá a ele o direito de medalha.
Ele assistiu à vitória do revezamento medley, que selou seu recorde, da arquibancada. "Meu objetivo foi cumprido, de botar nosso país na história. É um momento único", disse. "Foi maravilhoso. Nunca imaginei viver isso."
Após o término das provas de natação, o nadador foi saudado pelo público e por companheiros de seleção.
Medalhista olímpico em Londres-2012 (prata nos 400 m medley), Pereira vive em Los Angeles, EUA, local que escolheu como base para se preparar para os Jogos do Rio.
Em duas semanas, ele disputará o Mundial de Kazan, na Rússia, onde tenta defender bronzes nos 200 m medley e 400 m medley.
Antes disso, quer aproveitar seu feito. E torcer para que o recorde se torne inspirador.
"Fico feliz porque os mais novos vão ver isso e se inspirar, levar para frente. É uma força para quem está vindo. Vamos precisar de toda força do mundo no ano que vem, no Rio. Precisaremos de um Time Brasil de verdade."
Uma amostra disso foi dada em Toronto. Liderado por Pereira, o Brasil terminou em segundo na classificação da natação, atrás dos EUA –pelo critério de láureas douradas.
Foram 26 pódios, ou dez ouros, seis pratas e dez bronzes. A campanha é superior à dos Jogos de Guadalajara-2011.