Coleção Folha narra a entrada dos EUA na Primeira Guerra
O desgaste vivido pelos exércitos aliados após dois anos de batalhas também é tratado no volume que sai no dia 26
Livro apresenta fotos que mostram as más condições enfrentadas por soldados e reproduz documentos da época
A exaustão das tropas após mais de dois anos de combates na Primeira Guerra Mundial é um dos temas do sexto livro da Coleção Folha As Grandes Guerras Mundiais, nas bancas no domingo (26).
Até o livro 8, a coleção trata da Primeira Guerra, de 1914 a 1918. Depois, do volume 9 ao 20, o assunto passa a ser a Segunda Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945.
Em "O Conflito se Arrasta - Tropas Exaustas na Ofensiva Nivelle e na Batalha de Passchendaele" é relatada a mudança na estratégia dos exércitos aliados após a troca de comando das forças inglesas em 1916.
As ofensivas britânicas e de seus aliados passaram a ser previamente preparadas. A primeira linha de defesa ficou menos guarnecida. Atrás dela, foram criadas outras duas, e forças de reserva eram mantidas para o contra-ataque.
No entanto, mais uma vez a defesa usada pelo império austro-húngaro foi bem-sucedida e as tropas francesas fracassaram.
O grande número de mortes --30 mil-- em poucos dias e o fracasso do plano gerou motins no exército francês. Após a Ofensiva Nivelle, 554 soldados foram condenados à morte.
Apesar dos avanços dos aliados em 1917, o impasse continuava. Novas ofensivas -- Messines, Passchendaele e a terceira batalha de Ypres --trouxeram poucos resultados.
NOVOS RUMOS
Neste volume, fotos da terceira Batalha de Ypres, como a de soldados lutando para puxar um canhão em um terreno enlameado e de carregadores de maca afundando na lama, retratam as difíceis condições enfrentadas na região.
Enquanto no campo de batalha a realidade pouco mudava, as transformações na Rússia e nos EUA alterariam o destino da guerra e influenciariam o mundo até hoje.
O envio do Telegrama Zimmermann (publicado neste volume) pelo ministério das relações exteriores da Alemanha à embaixada do país no México foi decisivo para a entrada dos EUA na guerra.
O documento propunha aos mexicanos que se aliassem à Alemanha em troca de, em caso de vitória, terem de volta os Estados do Novo México, Arizona e Texas.
A interceptação desse telegrama, que se tornou público na imprensa, contribuiu para que os EUA declarassem guerra ao Kaiser.
Com a guerra, os EUA tiveram grande impulso econômico e viram antigos concorrentes como Inglaterra e França declinarem e somarem dívidas com seu país, resultante dos empréstimos.
Na Rússia, a escassez de alimentos, as derrotas e as pesadas baixas ampliavam o descontentamento popular. Sem alternativa, Nicolau 2º, no comando do exército russo desde 1915, abdicou do trono em 1917.
Os alemães, com o intuito de minar a já precária estabilidade interna do país e afastar a Rússia da guerra, levaram de volta ao país o revolucionário Vladimir Ilitch Lênin, até então exilado.
A turbulência interna enfraqueceu a Frente Oriental e, em 1918, os russos foram forçados a aceitar os duros termos do acordo de paz de Brest-Litovsk, que estendia o domínio do império austro-húngaro no Leste. Assim, a Alemanha vencia a Frente Oriental da Primeira Guerra.