Mágica do Deep Purple é 'questão de química humana', diz Ian Gillan
Banda britânica apresenta show da turnê 'Now What?!' em SP
O Deep Purple, que se apresenta nesta terça (11) e quarta (12) no Espaço das Américas, em São Paulo, é a banda que mais vezes tocou no Brasil.
Ao final desta turnê, no dia 15, terão sido 68 apresentações no país desde 1991. O segredo da magia do grupo de rock formado em 1968, segundo o vocalista Ian Gillan, 69, é química humana. Ele conversou por telefone com a Folha antes da turnê, da casa onde se retira para escrever, em Portugal.
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Folha - O que podemos esperar desta turnê?
Ian Gillan - A ideia do que é um show do Deep Purple não mudou desde 1969 [ano em que ele e o baixista Roger Glover entraram no grupo].
Temos umas três músicas do novo disco e uma combinação de coisas que as pessoas querem ouvir, coisas que não tinham ouvido antes e improviso, o mais importante.
Quais são os ingredientes da magia da banda?
É uma questão de química humana. Quando alguém toma as rédeas do palco, os outros dão um passo atrás.
Às vezes nos perguntam por que não fazemos uma nova "Highway Star" [canção de 1972 que costuma abrir os shows --exceto na turnê atual]. Para quê?
Você imaginava que sua geração continuaria tocando rock depois dos 60 anos de idade?
É estranho, porque tirando Elvis Presley e Little Richard, vários dos músicos que eu admirava há 50 anos eram gente como Ella Fitzgerald ou Wes Montgomery. Eles já eram sessentões! Eu nem pensava na idade deles. Sempre soube que eu seria um cantor para sempre. Mas eu não fazia ideia de que eu teria sucesso.
Vocês homenagearam Jon Lord (1941-2012), primeiro tecladista do grupo em duas faixas de "Now What?!". Qual o legado de Lord no Deep Purple?
Jon era influenciado pela composição orquestral e era um grande fã de Jimmy Smith, que fazia harmonias de jazz no teclado Hammond.
Don Airey, seu sucessor, tem o mesmo tipo de bagagem. No dia da passagem de bastão, Jon tocava o teclado e passava para Don [o show está registrado na caixa "Around the World Live"].
Ninguém nunca o encontrou em redes sociais como o Facebook e o Twitter. Por quê?
Mal dá para escrever duas frases nas mídias sociais. Tenho meu website (www.gillan.com) e amigos suficientes, então não preciso me relacionar com vários estranhos.
Isso é da geração da minha filha. Mas ninguém que eu conheça da minha geração, tirando gente que quer chamar a atenção, está no Facebook ou no Twitter. A gente se comunica de outros jeitos: escreve, telefona... Quando tem algo a dizer! (risos)