CD da Coleção exibe maestria das músicas de Gershwin
Volume mostra simbiose entre erudito e popular
Para críticos mais tradicionais, música erudita e popular disputam em importância e primazia. George Gershwin (1898-1937), tema do volume da Coleção Folha Mestres da Música Clássica, que vai às bancas no domingo (23), jogou com maestria nos dois campos.
"Talvez justamente por ter se destacado nos dois, tenha enfrentado preconceito da crítica e até inveja de alguns colegas", diz Carlos Calado, autor do livro da série.
Em 38 anos de vida, o músico deu ao imaginário coletivo norte-americano alguns de seus grandes "standards".
"Era um ótimo compositor de melodias, dessas que ficam na cabeça por muito tempo", aponta Calado.
O CD traz trechos de sete composições bem conhecidas, a começar pelo concerto de jazz "Rhapsody in Blue", usado por Woody Allen na abertura de "Manhattan".
Na sequência, vêm "Cuban Overture" e o balé sinfônico "An American in Paris". Trechos de "Porgy and Bess Suite", "Girl Crazy" e do "Concerto em Fá" para piano fecham o CD.
As peças, executadas por orquestras de Chicago, São Francisco e Londres, derrubam muros entre erudito e popular. "Quanto mais avançamos, mais percebemos que é preconceito ver a música como dois mundos separados", afirma Calado.