Crítica - Rock
Sem reinventar nadinha, disco continua com o bom e velho rock
É um grande alívio ouvir "Rock or Bust", o 16º disco de uma banda quadragenária que já esteve para acabar algumas vezes.
Mais vivo do que nunca, o AC/DC apresenta seu novo trabalho depois de seis anos sem novidades e alguns percalços pelo caminho.
Ouvir "Rock or Bust" não é reconfortante só porque traz novidades, mas porque o AC/DC não se propôs a reinventar a roda com o novo álbum --eles continuam os mesmos, o bom e velho rock está lá.
De pronto, as duas primeiras faixas são a cara do AC/DC da era Brian Johnson, vocalista desde 1980. O riff da guitarra de Angus Young na primeira, que leva o nome do disco, faz lembrar "Back in Black".
Não é à toa que "Play Ball" é o primeiro single e a escolhida para primeiro videoclipe. Tente ouvi-la sem se mexer nem decorar ritmo e letra.
Essas e as outras nove faixas deste que é o disco mais curto da banda (34 minutos e 55 segundos) são puro AC/DC.
Era para a banda ter acabado algumas vezes. Malcolm, o irmão mais velho e parceiro de Angus na guitarra, deixou o grupo neste ano por motivos de saúde. O baterista Phil Rudd foi preso acusado de tentar matar dois homens na Nova Zelândia. A relação já abalada entre Rudd e os demais integrantes o deixou de novo de fora da banda.
Mesmo assim, o AC/DC dá mais um exemplo de como se fala "rock n' roll", a única língua que domina muito bem. Apesar dos desfalques, vai pôr o pé na estrada para --esperamos-- fazer shows inesquecíveis como os de Buenos Aires, em 2009. Que venha a turnê de "Rock or Bust"!