Doação de esperma é tema de 'Sete Vidas'
Faixa das 18h da Globo substitui trama de época por novela contemporânea com protagonista de poucas palavras
Domingos Montagner é doador anônimo com filhos pelo mundo que protagoniza história ao lado de Débora Bloch
A faixa das 18h na Globo sofre uma mudança radical nesta segunda (9). Se "Boogie Oogie" era uma novela de época, ambientada nos anos 1970, com protagonistas jovens e bastante energia, "Sete Vidas", que ocupará o horário agora, é quase o oposto.
Dirigida por Jayme Monjardim, a trama é protagonizada pelos veteranos atores Domingos Montagner, 53, e Débora Bloch, 51, que vivem um casal até que ele é dado como morto.
A temática é bastante contemporânea. Toda a trama gira em torno da doação de esperma e do tipo de arranjo familiar que ela possibilita, com filhos de um mesmo homem espalhados pelo mundo, sem se conhecerem.
"É um tema absolutamente novo, em todos os sentidos. A novela é inspirada em algo real, que é esse encontro que está acontecendo hoje nas redes sociais, de irmãos se achando pelo mundo", afirma Jayme Monjardim.
No caso, os personagens de Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo descobrem, pelo número de registro do doador anônimo que inseminou suas mães, que são irmãos. Juntos, vão atrás de seu pai.
"A partir dos bancos de doação, muita gente entrou na internet e se reconheceu como sendo filhos do mesmo doador", diz o diretor. "Isso gera uma discussão muito séria na área política, jurídica, religiosa. É um tema profundamente novo e bacana."
Montagner, que faz sua estreia como protagonista em novelas, vive um mocinho denso, pouco afeito a relacionamentos e de poucas palavras. "Ele é um oceanógrafo ecologista. Tem dificuldade em estabelecer relações duradouras e uma tendência ao isolamento", descreve o ator.
"É um personagem curioso, fala muito pouco. É uma coisa muito legal para a televisão, que se caracteriza muito pelo diálogo", afirma ele. O ator chegou a gravar dez dias em um barco, na Patagônia, sem outros atores.
Débora, cuja personagem está grávida quando seu marido supostamente morre, também não vê seu papel como convencional. "Não diria que ela é mocinha, mas heroína. Não uma dessas que a gente não crê que existe. Ao contrário, é bastante humana."
"Sete Vidas" não chega a ser uma comédia leve, como é mais comum no horário das 18h, mas, segundo Monjardim, também não chega a ser uma trama dramática. "É uma grande história de amor. Mas não diria que é um drama", diz ele.