Crítica filme na TV
Longa cria belo contraponto ao popular discurso do ódio
O que faz um adolescente que olha quase inocentemente imagens na internet e de repente se vê acusado de pedofilia? Ou o pai que esquece o filho no carro quando vai trabalhar? E como deve reagir um jovem que passou anos com a família de adoção e é encontrado pelos pais biológicos?
Eis três questões lançadas por "O que se Move" (2013, Max Up, 18h20, 14 anos). Caetano Gotardo não fez, certamente, um filme popular: ele existe para se opor a certo noticiário que entende já ter resolvidas todas as questões da espécie humana. E que, para aplicá-las, basta incitar o ódio, esse mata-esfola hoje tão popular.
Tomar o contrapé desse tipo de atitude não é fácil. Se o humano tem mistérios, a virtude da tolerância não supõe moleza, mas um trabalho de compreensão em relação ao outro. Em um mundo onde as coisas se movem, este é um belo começo.