Crítica filme na tv
Em filme de Resnais, o desejo, anárquico, impõe a desordem
O que serão essas "Ervas Daninhas" ("Les Herbes Folles", 2009, 12 anos, Arte1, 20h) que dão nome ao filme de Alain Resnais? Se a tradução do título fosse literal, daria algo como "ervas loucas": não melhor, mas mais exato do que o título brasileiro, considerando o assunto tratado. Pois esse é o outro nome do desejo.
Desejo que assola Georges, que chegou a ter problemas com a polícia por conta da dificuldade para contê-lo. Ele desejará intensamente a dentista Marguerite. Algo sem medida.
Estivesse nos EUA, já estaria preso. Como é francês, acaba por impor seu desejo. O que virá depois é a questão: são ervas loucas ou daninhas, tanto faz. Postulamos a ordem em nossas relações. O desejo, anárquico, impõe a desordem.
Resnais observa o drama com olhar distanciado, rindo de nossos desencontros. Fazendo do insuportável, suportável. Mais: agradável.