Crítica cinema/drama
Longa perde boa oportunidade de mostrar formação do poeta
"Neruda", de Manuel Basoalto, perde uma boa oportunidade de retratar a formação do poeta chileno. Os equívocos começam na escolha do recorte de tempo. O filme se passa em 1948, após a proscrição do partido comunista, que obriga Neruda a exilar-se.
Trata-se de época interessante, porque temos um escritor rascunhando sua grande obra, "Canto General", e enfrentando seu primeiro grande desafio político.
Porém, Basoalto opta por desperdiçá-la ao apresentar um personagem fraco, demasiado passivo. O segundo equívoco está em não deter-se em algo que parece ter sido essencial nessa viagem, que foi a observação profunda que Neruda realizou do Chile interiorano, que marcaria tanto sua obra.
As atuações são muito artificiais e buscam uma identificação com a linguagem televisiva. Além disso, a tentativa de armar um clima de suspense é frustrada por um roteiro que, ao querer ser didático, torna tudo previsível.
Salvam-se apenas as lindas locações e a ambientação de época --o que não vale o custo do ingresso.
NERUDA - FUGITIVO
DIREÇÃO Manuel Basoalto
ELENCO José Secall, Paulina Harrington e Erto Pantoja
PRODUÇÃO Chile, 2014, 12 anos
QUANDO estreia nesta quinta (9)
AVALIAÇÃO ruim