Som áspero e cortante de Albert Collins é tema da Coleção Folha
Livro-CD sobre obra do guitarrista chega às bancas no dia 30/8
No dia 30 de agosto, a Coleção Folha Soul & Blues lança seu 26° livro-CD sobre a vida e a música do guitarrista Albert Collins.
Conhecido pelo som áspero, cortante e agressivo que tirava de sua Fender Telecaster –um modelo de guitarra pouco usado por seus colegas–, Collins também se diferenciou de outros bluesman por dispensar palhetas e usar afinações incomuns, obtidas com um capotraste (peça colocada no braço do instrumento).
"Eu ouvia B.B. King, T-Bone Walker, Guitar Slim e outros daqueles caras e sempre pensava que deveria evitar aquele som e procurar meu próprio estilo", disse Collins ao jornalista Bill Milkowski, da revista "Guitar World".
As afinações abertas que se tornaram sua marca registrada foram aprendidas com um primo mais velho. Algumas versões da história dizem que o primo era Willow Young e outras que era Lightnin' Hopkins, grande nome do blues.
Mas o que importa é que Collins juntou o que aprendeu com o que ouviu mais tarde nos discos de T-Bone Walker e Clarence "Gatemouth" Brown e se tornou um dos guitarristas mais respeitados mundialmente.
Em um ranking dos maiores guitarristas de todos os tempos, a revista "Rolling Stone" o colocou no 56º lugar, à frente de Robert Johnson, T-Bone Walker e Johnny Winter, por exemplo.
"Ele é um dos melhores guitarristas do mundo", declarou Jimi Hendrix em entrevista a Bill Kerby e David Thompson, do jornal "Los Angeles Free Press", em 1967.
Mesmo com tanto talento, Collins demorou a ser reconhecido. Seu primeiro álbum, "Truckin' With Albert Collins", foi lançado em 1965, quando ele já tinha cerca de 20 anos de carreira.
Após o sucesso, ele mudou-se para a Califórnia na década de 70, onde o blues e o rock psicodélico andavam juntos e atraíam milhares de jovens brancos a casas de shows.
Em 1978, ele foi contratado pela gravadora Alligator, de Chicago, e lançou uma série de grandes discos, como "Ice Pickin'" (1978), que acompanha este volume, "Frozen Alive!" (1981), "Don't Loose Your Cool" (1983), "Showdown!" (1985) e "Cold Snap" (1986).
Quando ainda estava no auge, Collins esteve duas vezes ao Brasil: no festival de Jazz de Ribeirão Preto (1989) e no Free Jazz Festival (1991).
Dois anos depois, Collins descobriu ter um câncer no pulmão que se espalhou para o fígado, levando-o à morte em 24 de novembro de 1993.