'Demolition' decepciona no 1º dia da mostra canadense
Apesar de boas atuações, longa com Jake Gyllenhaal deságua em trama tradicional
A abertura do 40º Festival de Cinema de Toronto, na quinta (10), tinha tudo para ser uma festa completa. Um diretor renomado da casa, Jean-Marc Vallée, um ator que se arrisca em busca de um Oscar (Jake Gyllenhaal) e um público receptivo que aplaudia todos os discursos na cerimônia. Só faltou um detalhe: o filme ser bom.
"Demolition" gira em torno de Davis Mitchell (Gyllenhaal), um especulador financeiro de Wall Street que perde a mulher (Heather Lind) num acidente de carro.
No hospital, ele tem problemas com uma máquina de doces e começa a enviar cartas de reclamações para a empresa responsável, detalhando também seus sentimentos (ou a falta deles) nos textos.
Uma funcionária da companhia (Naomi Watts) começa a se corresponder com o viúvo ao mesmo tempo em que lida com o filho (Judah Lewis) no início da vida sexual.
No início da trama, a situação rende bons momentos de humor negro com a tentativa de Mitchell de sentir tristeza pela morte da mulher.
"Meu personagem começa de modo convencional e termina aprendendo como deve se sentir, e não como a sociedade espera que ele se comporte no luto pela mulher", explicou Gyllenhaal em entrevista à imprensa mundial.
Mas, de tão implausível, a relação intensa de Mitchell com a personagem de Watts é difícil de ser comprada e, apesar das boas atuações, o roteiro tende a um lado mais familiar e tradicional.
Ainda assim, Vallée disse que é seu filme "mais rock'n' roll". "Tem espírito e energia, faz barulho e provoca".