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Coroa que pode ter laureado Roberto Carlos um 'rei' vai a leilão por R$ 10 mil
No subsolo de um pequeno galpão apinhado até o teto de objetos cenográficos (caveiras, tronos, bancos de praça), no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, descansa sobre uma almofada de veludo vermelho a coroa do rei.
Foi supostamente com ela que Roberto Carlos foi coroado Rei da Juventude, pelas mãos de sua mãe, Lady Laura, no programa do Chacrinha na TV Excelsior, em 1966.
Ela será leiloada a partir desta segunda (21) com outras 1.500 peças da Mundo Teatral, que aluga apetrechos para teatro, TV e cinema.
A coroa é a peça mais cara. Sairá por pelo menos R$ 10 mil, e a organizadora, Leslie Diniz, estima que possa chegar R$ 300 mil pelo valor simbólico. "Interessados, nós temos." Até a última quarta (16), eram quatro, e um deles já havia feito uma oferta inicial de R$ 10,5 mil.
Segundo Leslie, dois são fãs enlouquecidos, um é colecionador e o quarto, investidor. A reportagem conversou com este último, que não quis se identificar. Ele diz acreditar que poderá revender a peça por pelo menos R$20 mil em alguns anos. Acredita que a peça seja autêntica por confiança na casa de leilões, de quem já comprou "milhares de peças".
Roberto Carlos não confirma nem refuta a autenticidade da coroa. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não se lembra dos detalhes daquele dia.
"Pudera", diz seu biógrafo, Paulo Cesar de Araújo. "Sabe aquela cena das pessoas desmaiando ao ver os Beatles? Com Roberto era igual, só que não temos os vídeos para provar."
Segundo Araújo, o apelido de "rei" já havia colado mesmo antes desse episódio. "A música brasileira teve vários personagens chamados de 'reis'. A diferença é que o Roberto teve muito sucesso nesse momento e não parou."
"Nunca mais tiramos ela do acervo. O lucro do aluguel não compensaria o risco de algum dano", diz Emerson Marques, da Mundo Teatral.